Mais um adeus: Ricardo "Gagão" Padilha já é saudade.

E lá se vai mais um grande amigo, um cara que foi companheiro do futebol, de colégio, parceiro no Escritório de Contabilidade, aquele que começou a onda de "moleque andeiro", tá lembrado disto Almir Rocha? Aquele amigo, que do seu jeito simples e sua fala arrastada, zoava todos nós, flamenguistas, nos anos 1967/68, quando já rapaz, era fã de Garrincha e do seu Botafogo, que naquele tempo mandava e desmandava no futebol do Rio. 

E lá se vai Ricardo Gagão, o Ricardo Tostes Padilha ou simplesmente o Ricardo do Zé Careca, meu amigo e companheiro, que sempre mostrou o seu lado humano  em todos os momentos. La se vai um outro para o andar de cima para fazer companhia aos seus amigos cá, de outros tempos, que serão visitados agora para um papo, uma pelada ou até mesmo uma partidinha de sinuca. 

Certa vez, visitando Miracema com amigos da imprensa de Campos, contava no minhas grandes jogadas e falava dos meus gols e que lá, na terrinha, quando eu chegasse, eles ouviriam não de mim, mas dos caras da cidade e companheiros de bola dos tempos áureos de nossa juventude. 

Primeira parada foi na rodoviária e o primeiro papo foi com Valdir Chocalho, ou Valdir do Taxi, como queiram, que depois de concordar com minhas opiniões disse: 

Este aqui era danado, mas eu parava no grito, tinha um medo doido de levar porrada", dizia Valdir para os meus amigos mostrando o seu lado "Zagueiro Xerife. 

E mais a frente encontramos com o Jésus, o filho do seu Olegário, que encheu minha bola e falou que depois do irmão dele, o Genuíno, eu era o melhor atacante que ele viu jogar. Exagero do Jésus, talvez querendo "pagar" a hospedagem em minha casa, cá em Campos, durante um final de semana que passou por aqui na minha companhia. 

E, como principal lembrança deste amigo Ricardo Padilha, conto que na maior parada da minha caravana, éramos quatro e mais as esposas, entramos no Bar Central para um lanche, uma cerveja e um bom papo com o Ricardão, que eu dizia ser meu velho companheiro de bola apesar de ser um zagueiro lento e batido pelo nosso ataque,  eu o respeitava por não bater e jogar limpo. 

E Sérgio Tinoco perguntou: - E aí, o Adilson jogava mesmo ou é história dele? E o Ricardo, sem saber de nossa conversa, detonou este atacante com poucas palavras. - Jogava contra os outros, chegava contra mim não fazia nada, nem ele nem os caras do ataque do Esportivo. 

Aí fui para o canto e comecei a rir, eu havia contado para a turma que todas as vezes que o Vasquinho ou depois o Esportivo, jogava contra o Tupã, time que tinha o Ricardão como zagueiro, era goleada fácil e o cara tentou me desmentir na boa, sem rir e sem sair do sério. 

E por pouco Sérgio, Peçanha e Lacerda acreditaram no ex-zagueiro, por sorte o João Campeão estava por lá, fazendo o tradicional lanche da tarde, e riu com aquele jeito dele, irônico e imediatamente os três chegaram e perguntaram: - É verdade ou o zagueirão grandão ali quer zoar o Penacho? 

João confirmou a minha história e o Ricardo Gagão, lá de trás do balcão, deu uma risada e falou: - Eu sabie que ele iria me zoar e por isto fui mais rápido, você acha que vou dar chance para o Penacho crescer as minhas custas? 

Grande Ricardo Tostes Padilha, vou sentir a sua falta, as últimas prosas nossas foram trocadas lá na oficina do Thiara, na Paulino Padilha, onde eu, você e ele lembramos dos nossos tempos de bola, do escritório e demos boas gargalhadas lembrando deste causo com a turma de Campos lá no seu bar.

Vá e paz meu amigo, você deixa filhos maravilhosos, que são meus amigos também, e um vazio no peito de todos nós, que te admiramos e aprendemos a gostar de você durante estes sessenta e poucos anos de vida bem vivida. Que Deus lhe dê uma boa morada e um até breve, né mesmo? 

Comentários

  1. Se existia um único modelo ou fôrma do "cara do bem", partiu com ele. O Cara lá de cima devia estar precisando fazer novas cópias. Valeu amigo Ricardo.

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  2. Janet Tostes Padilha Salim1 de junho de 2017 às 18:50

    Obrigada pelo carinho amigos Adilson e Sefinho!!

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  3. Estou subscrevo as palavras do Sefinho, acrescento apenas que, recentemente nos encontramos e percebi nele a alegria de conversar com um amigo, ainda q um amigo dos encontros fortuitos​, principalmente dos assuntos esportivos. Deixa saudades nos amigos.

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