O melancólico adeus ao Godofredo Cruz

Ontem foi uma sexta-feira agitada, dia de "mico" do blogueiro aqui, que anunciou o adiamento do julgamento do Goytacaz FC, no caso Tallis, e depois teve que apagar o texto devido ao erro imperdoável do jornalismo, não conferir as informações antes de mandar para o ar, acreditando que seria o "furão" da matéria, foi dia de torcer por Portugal, contra a Rússia, e sofrer noventa minutos como os patrícios no Estádio da Luz e em toda terrinha lusitana.

Ontem foi dia de ficar sabendo que hoje o Godofredo Cruz (foto do Ururau.com.br), estádio do Americano FC, receberá a última partida oficial e que após ter em seus gramados, aquele horroroso dos anos 70 e 80, que irritaram Zico, Rvelino, Romário, Edmundo, Raí e tantos outros craques consagrados, como este último, dos anos 90/2000, que tiveram que aguentar "malas" da segundona e outros pequenos do Rio e do Brasil.

Hoje então o Estádio Godofredo Cruz fecha suas portas definitivamente, o Americano FC fará pouso em outro bairro, mais distante de seu torcedor, e o adversário não será o Flamengo, que por várias vezes lotou o velho estádio, nem o Vasco da Gama, que proporcionou ao alvinegro campista o seu último título conquistado por aqui, a Taça Rio 2002, nem o São Paulo FC,visitante na primeira vez em que fui ao Parque Tamandaré como profissional do rádio, em 1979.

Quantos grandes jogos eu vi no Godofredo Cruz. Quantos grandes adversários o Americano FC teve no seu glorioso estádio. Quantos clássicos da cidade assistimos juntos, eu, você e meus amigos do rádio brasileiro. Quantos craques eu, você e meus amigos vimos desfilar pelos gramados do famoso estádio do monumento mais conhecido do Parque Tamandaré.

Viu só que não estou perguntando quantos jogos? Quantos craques? Quantos times famosos ou desconhecidos? Estou afirmando e exclamando ao mesmo tempo, e, cá prá nós, o coração está batendo descompassado, como não parecer acreditar que o Godofredo Cruz vai ao chão e não voltará a se erguer, vai cair e não vai se levantar e deixará uma saudade imensa e uma tristeza no rosto e no coração de cada um campista, seja ele alvinegro, alvianil, róseo negro ou roxinho.

Estádio Godofredo Cruz, palco do eneacampeonato, da Taça Guanabara, da Taça Rio, do Campeonato Brasileiro de Seleções, quando o Americano foi o Rio nas finais contra São Paulo, palco de grandes emoções e de sensações inenarráveis para todos nós. Agora será um condomínio, um supermercado, uma faculdade, sei lá o que vai ser e não me interessa o que será, o que sei é que nunca mais será uma casa de espetáculo de futebol.

Um grande abraço e um adeus choroso e lamentável ao velho Estádio Godofredo Cruz, casa do Americano FC, minha primeira casa como radialista/jornalista e nem sei se vou até lá para ver a despedida, afinal o adversário e o dono do estádio não estão merecendo muito minha atenção, são fracos e sem a tradição de tudo aquilo que vi no velho e querido estádio do Parque Tamandaré.

Adeus, Estádio Godofredo Cruz.

Comentários

  1. Adilson, parabéns pelo belo texto! Mais uma parte da história do futebol campista que terá sua página virada. Os problemas já são muitos e só aqueles que vivenciaram o estádio, digo jogando, trabalhando, ou apenas torcendo, poderão fazer um relato tão fiel como o que vc fez acima. Também assisti a bons jogos e tive o prazer de uma única vez, em fevereiro de 1987, participar de um treino coletivo entre os titulares, jogando pelo time reserva, pois nesse dia cheguei a Campos para fazer um teste nos juniores e o supervisor, senhor Domingos (acho que era esse mesmo o nome), que vc bem conheceu, conversou com o técnico Paulo Massa e me encaixou no time suplente, pois o mesmo estava incompleto. Foi aproximadamente uma hora de um sonho realizado jogando contra Célio Silva, Amarildo, Índio, Carlinhos Mineiro, Luís Alberto, Afrânio, entre outros. Enquanto viver terei esses momentos na lembrança. O jogo inesquecível que assisti foi em 03 de julho 1986, quando o Flamengo enfrentou o Americano e ficou no empate de 2 a 2. Foi o primeiro jogo do Zico após o retorno da Copa de 1986. O estádio estava totalmente lotado, com um público de 14.002 pagantes, fora os penetras, e os gols foram marcados pelo Bebeto para o Flamengo, e Amarildo e Marcinho, já perto dos 40 do 2º tempo, pelo Americano. Ainda tenho comigo o ingresso do referido jogo. Bons tempos em Adilson!

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