Os gringos dos pés quentes - Parte 2
Cheguei a seu escritório e seu Filipe gritou: -Não precisa bater, pode entrar e vai sentando aí que precisamos conversar. Olhei com cara de espanto, mas logo percebi que o negócio era outro, o espanhol pegou uma garrafa de vinho, estava frio naquele mês de maio de 1971, e me dizia que eu estava de folga a partir daquele momento e que já tinha reservado três ingressos, cadeiras numeradas, para irmos ao Maracanã, eu, ele e o comandante chileno da Lan Chile. Nem argumentei. Tomei o vinho com o chefe e fui ao vestiário me arrumar, afinal já era quase meio dia e o almoço seria servido logo. Fui vencido em minha ideia de não ir, mas no caminho dizia que o Botafogo era isto, que Paulo César Lima era o craque, que Carlos Alberto e Brito tinham sido campeões mundiais, titulares, no ano passado e o Flamengo tinha um time muito fraco e seria goleado. Bola rolando e o chileno torcendo pelo Flamengo como um brasileiro qualquer. Seu Felipe, que foi ao jogo apenas para fazer média com o pilo