Torcedores x eleitores uma grande diferença

Voltei para ficar e espero que 2019 seja um ano tal como foram os outros que vivi intensamente e me proporcione novas viagens, novos amigos e, principalmente, mantenha-me em paz e com o campo aberto para novas prosas com os frequentadores do Armazém e da Padaria, que são os responsáveis pelos melhores causos narrados neste blog. 

Ontem, por exemplo, dia de meu aniversário, fui até a Padaria encomendar uns salgadinhos para beliscar com os filhos, Leandro, que está sempre a meu lado, e Ralph, que chegou de surpresa para me proporcionar um final de semana mais feliz, aliás superfeliz porque trouxe meu neto, Felipe, para alegrar ainda mais o ambiente. 

E, na fila do pão, um novo amigo, Berto, me fala sobre política e futebol e quer comparações, segundo ele são do mesmo estilo e se torce da mesma forma para um partido ou para um clube de futebol, os políticos, na opinião do novo frequentador da Padaria, trocam de partidos tão intensamente quanto aos jogadores de futebol, no que concordo plenamente. 

Porém, tem sempre um porém,  na minha humilde opinião o futebol é mais honesto, em que pese dirigentes "amadores" usando o mundo da bola para enriqueceram, agentes ávidos por gordas comissões, empresários dispostos a tudo para ganhar grana com seus clientes, o torcedor do futebol é mais autêntico, é mais correto, é mais amor a camisa do que o amor dos partidários políticos. 

Explico dando exemplos: Tivemos uma eleição bem disputada, com duas vertentes, uma ala da esquerda e outra da direita, conservadores e  radicais em "conflito"  sem nenhum respeito ao adversário ou ao partido envolvido na disputa, apenas o interesse pessoal de muitos,  a vontade de mudar de milhões de pessoas e a vontade da retorno de velhas raposas por parte de outros milhões.

E no futebol, você já viu um flamenguista juramentado virar casaca e torcer por outro clube? Sim, eu sei que há casos, sim, mas esta não é a regra. O torcedor do Vasco, como meu amigo Igor Tostes, fanático pelo seu time como foi seu pai, Fernando, meu saudoso amigo, critica seu time abertamente, faz severas reclamações sobre elenco, cobra de dirigentes uma melhora, xinga os adversários, faz zoações com o flamenguista, mas vive em harmonia com os rivais porque respeita a camisa do "inimigo" e esta rivalidade alimenta o diálogo, as vezes ríspidos, mas não ultrapassa a razão ou ao direito do oponente. 

Rafael Petersen. amigo jornalista e tricolor, passa o ano inteiro a cobrar um time melhor dos dirigentes do seu Fluminense, grita nas redes sociais por melhor futebol, critica seus jogadores e vai a beira da loucura quando seu time perde um clássico. Como o vascaíno Igor o Tijolo também zoa flamenguistas e os outros rivais domésticos e não aceita a supremacia de qualquer rival carioca. 

Robinho, meu vizinho e amigo Glorioso, que muitos conhecem aqui das conversas do blog, assim como um outro alvinegro, Gervásio Neto, seguem o mesmo princípio e tem nos rivais cariocas seus grandes motivadores para zoações e atormentações, Robinho recebe até o apelido de Glorioso e some depois de uma derrota de seu Botafogo, nem na fila do pão aparece. 

Se vou falar do torcedor do Flamengo, não preciso, sou este representante e sou seguidor da mesma rotina de Igor, Tijolo e Neto, também critico, também entro em desespero, também vibro mas, como eles, respeito o adversário e as zoações terminam quando a semana nos apresenta um novo adversário, que será o próximo a ser sacaneado ou o sacaneador. 

Isto é o futebol e a política, meu caro Berto, também deveria ser assim disputa apenas durante a competição, no caso eleições, depois cada um fazendo pelo seu partido e tentando ver o partido fazer o melhor para o Brasil. Imagine se cada um dos torcedores brasileiros, que perde um jogo ou um campeonato, resolvesse trocar de camisa ou deixar de torcer pelo seu time? Não haveria paz e o futebol já teria tomado o mesmo caminho da política brasileira, desrespeitado e sem credibilidade. 

Nossos torcedores merecem muito mais do que os clubes lhes oferecem assim como o Brasil é muito maior e merece mais respeito dos políticos e dos eleitores destes 

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