Papo de Bola - Um domingo com professor Sollon

Fui até ai Armazém do Lenílson, abraçar meus amigos que são pais e que estão por lá praticamente todas às noites, de segunda a sexta, e nas manhãs de sábado e domingo, e Edu, vascaíno apaixonado, quer saber sobre seu time, que hoje enfrenta o Palmeiras, em Volta Redonda. 

- Dá pra nós, Dutra? 

Meu velho amigo Ermê Sollon, que me visita neste dia dos pais, com seu neto a tiracolo, responde por mim. 

- O senhor pode ficar despreocupado, diz Sollon, o Periquito está com a asa quebrada e o Bacalhau vai botar cheiro na comida dos italianos, pode ter certeza, vai ser um bom jogo e seu Vasco está animado com a volta do Neném, nem sei se ele joga, mas só estar de volta é um bom motivo para a turma da Casaca e da Fuzarca ficar feliz. 

Edu ficou entusiasmado, principalmente depois de saber do vasto currículo do veterano jornalista, que foi uma dos baluartes da imprensa esportiva brasileira e hoje curte aposentadoria andando por aí a procura de conhecimentos e causos para narrar em seus livros não publicados. 

No embalo das perguntas Dudu, que não é Eduardo como o Edu, atende pelo apelido por não gostar do nome, que não direi aqui em respeito ao bom companheiro das mesas do Armazém. Dudu quer saber de Sollon se Rueda vai arrumar o time do Flamengo. 

- Meu nobre rapaz, volta Sollon, nosso time é bom no papel, no meu tempo esta turma não jogaria nem nos aspirantes, mas hoje, com a safra ruim e sem futuro, o futebol brasileiro importa este treinador, que não é um Fleitas Solich, mas dizem que é "feiticeiro" lá na Colômbia, e não vou responder hoje, na próxima semana me telefona (passou o número do celular) e eu te direi como é o trabalho do Rueda, vou até ao Ninho do Urubu vê-lo trabalhar e terei uma opinião formada. 

- Mas não vai dar tempo para ele trabalhar o grupo professor, retruca Dudu, na quarta-feira já tem decisão contra o Botafogo e não ele apenas vai conversar com o time. 

- Aí é que vou saber mesmo se ele é treinador, feiticeiro ou um enganador, diz Sollon arrancando espanto da turma na calçada da Formosa. Ele, Rueda, se for bom mesmo e se tiver um plano tático definido para este time, é possível que acerte o meio, ajuste a defesa e dê qualidade ao ataque. 

E, Tibério, tricolor que anda meio desligado do futebol pelos resultados do seu time, soltou uma sonora gargalhada e disse "Aí, professor, ele será mesmo feiticeiro, fazer este time jogar deste jeito só um bruxo como Dom Fleitas Solich nos anos 50.".

E o celular do velho Sollon tocou, era Dona Bilu, que hoje vai ao Engenhão ver seu Botafogo e queria saber como estava o Solon Neto, e o papo acabou por aí, Edu feliz e Dudu preocupado com as dias co professor Ermenegildo Sollon. 


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