Do ódio ao amor em dois tempos

O torcedor é mesmo passional e um fenômeno quando faz a sua parte nas arquibancadas, com serenidade e amor. O jogo de hoje, no Maracanã, é o retrato fiel de uma paixão desenfreada e inigualável, o amor de uma pessoa por um clube de futebol e, com toda certeza, este amor vai do ódio a paixão em pouco mais de noventa minutos ou durante estes noventa e poucos minutos em que a bola rola no tapete verde. 

Dois cenários distintos deste amor e ódio, o primeiro tempo, vencido pelo Ceará por 1x0 e com o Oeste vencendo o Náutico, em Recife, por 2x0, levou o torcedor vascaíno a um estado de reflexão: "Vamos perder e fazer o novo "maracanazo" ou o Oeste, um rubro-negro" vai evitar o vexame de não subir". 

Vaias, reclamações, xingamentos nas arquibancadas e cadeiras do Maracanã e em todas as redes sociais. Na saída para o intervalo o torcedor não poupou o time e gritou palavras de ordem, mas havia ainda a esperança de subir, afinal o Oeste vencia o Náutico e facilitava as coisas para o Gigante da Colina. 

Volta do vestiário, para o segundo tempo do jogo e o torcedor não perdoa, pede garra, pede vontade, pede mais futebol e vaia, muitas vaias, e parece que a conversa no vestiário fez efeito e a vergonha de ver 70 mil vascaínos frustados e irados com eles e parece que tudo mudou em apenas quinze minutos passados nos camarins do ex-maior do mundo. 

Thales, odiado e vaiado por 10 entre 10 vascaínos, resolve virar herói e em dez minutos, ou menos, fez dois gols, comemorou com raiva, jogou o manto sagrado no chão e levou cartão amarelo e viu a torcida gritar seu nome em voz alta e em coro. Emoção maior não há para o jovem artilheiro e para o senhor das arquibancadas, que do sofrimento de uma possível decepção estava em êxtase com uma reviravolta no placar que colocava seu time de volta a Primeira Divisão. 

O Oeste, que tinha seu nome gritado nas arquibancadas do Maracanã, já não era mais lembrado, afinal para que ficar torcendo para um rubro-negro se estamos fazendo a nossa parte? Dizia Gabriel via watsaap, e é verdade, agora só dependia do time em campo e do grito da torcida e nem mesmo aquele radinho ou aquele smartphone, que estavam sendo usados para acompanhar o jogo de Recife já interessava e sim a festa pela volta a elite que se aproximava rapidamente.

Comentários

  1. Segundo o matemático Tristão Garcia, as chances do Vasco cair novamente em 2017 são de 98,9%. rsss

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