Papo de Botequim = ídolos renegados ou esquecidos

Ainda sobre a conversa de ontem, no Armazém do Lenílson, trago uma discussão legal travada no balcão do estabelecimento. O assunto, claro, era Usain Bolt, o carismático corredor jamaicano que conquistou a torcida brasileira com seu talento e sua simpatia, é o mais brasileiro entre todos os atletas estrangeiros chegados ao Brasil para os Jogos do Rio. 

O assunto era idolatria e eu, como sempre sendo o "do contra", coloquei na pauta a falta de memória do torcedor brasileiro e o ódio que nosso povo tem por quem faz história ou fica milionário por conta do esporte. A exceção, felizmente, é Ayrton Senna da Silva, nosso maior piloto, que só não caiu em descaso com o torcedor brasileiro porque morreu no auge e nas pistas fazendo o que sabia. 

Críticas severas a Galvão Bueno, nosso narrador maior, críticas em excesso ao fabuloso Pelé, condenações mil ao craque Neymar, todos brasileiros vitoriosos e respeitados em todo mundo esportivo. Comparações incríveis, como "prefiro Silvio Luiz a Galvão", "Maradona foi maior do que Pelé", ou "Neymar é um moleque desprezível". 

Aí, meu caro amigo, peguei minha "romarinho" da BOA e fui para a calçada conversar com o velho amigo Edu e combinar uma ida a Volta Redonda, eu para ver meu neto Felipe e seus pais e ele para ver o mano e a família dele que por lá residem. Falar o que depois desta discussão toda? Dizer que sou fã de Galvão apesar de não ver futebol com ele há muitos anos, desde o advento tevê a cabo que não assisto a Globo com assiduidade, apesar de gostar de Maradona e Messi sou fã de carteirinha de Pelé e acho Neymar um craque mimado e carente de maior educação, por parte de seu pai, um ardiloso negociante e guloso demais quando se trata de dinheiro. 

Saí de fininho quando o assunto esquentou e eu perguntei a um companheiro, que vestia uma camisa de um dos grandes times europeus: Você tem camisa oficial do seu time brasileiro? A resposta, claro, foi negativa e me disse que foi um presente que ele ganhou de aniversário e que sua esposa pagou 380 reais por ela. 

Este é nosso país do esporte e que vive momento raro nestes Jogos do Rio e novos ídolos estão surgindo, espero que para ficar no coração do brasileiro, mas confesso que temo o esquecimento em pouco mais de um mês, ou menos como disse o Dudu, que ficou irado quando Dodô disse que Zico foi um blefe e que Messi é o cara. 

Como chegou minha hora não participei da inflamada discussão final, quando vascaínos queriam impor a opinião de que o Vasco é o melhor time do Brasil no momento. "Veja só a soma de pontos", disse Crivaldo. E aí eu fechei a conta e dei um até amanhã. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Carioca 2023 -

Fla quebra rotina

Apenas um comentário