Bifes, cervejas, quitutes e muita saudade

No sábado, 6 de agosto, enquanto rolava a Corrida de São Salvador, na nossa intrépida Formosa, em Campos dos Goytacazes, sentado estava com a turma do Armazém, lá na Pracinha do Sossego, no quiosque do Eraldo, quando Motta me perguntou: 
- Você chegou a conhecer o Bar do Romeu, aqui nas proximidades, onde se fazia o melhor bife de Campos? 

Disse que não, mas gostaria de ter conhecido e saboreado o famoso bife e feito comparações com o nosso, lá da minha Miracema, famoso Bife do Farid, elogiado por dez entre dez estrelas vencedoras e cabeças brilhantes da cidade. 

E aí me lembrei do velho e saudoso amigo, Irajá Carneiro, que sempre me falava quando me via. "Gosto de ir a Miracema para comer em pa..." Eu entendia que era para comer empada e ficava matutando, pensando comigo mesmo: Onde tem empada tão deliciosa assim, em Miracema, para o Irajá lembrar disto todas as vezes que me vê? 

A resposta veio bem depois, cerca de dez anos após minha chegada a cidade e, felizmente, antes de seu falecimento, claro, obtive a tão desejada resposta. Nos encontramos no Bar Capital, onde tinha uma coxinha que quase se igualava a do Zé Careca, e quando ele soltou a famosa frase "gosto de ir a Miracema para comer em pa..", eu pedi que ele completasse, qual a empada deliciosa que tanto o marcou; 

- Que empada que nada, disse irajá Carneiro, gosto de ir a Miracema para comer em Pádua, no Braga Hotel, comida deliciosa ou então mo Hotel São José, onde tem o melhor feijão de todo o Brasil, e olha que já rodei bastante meu caro amigo Bola de Ouro, completou e me informou o saudoso homem das frases do QUADRO DE GIZ mais famoso da região. O campista lembra bem das frases do Irajá Carneiro 

E aí eu, Motta, Petrucci, Joubert e amigos da roda começamos a imaginar o que seria se hoje tivéssemos ainda o Monte Líbano, no calçadão de Campos, onde os salgados, principalmente os árabes como quibe e esfirra, eram de deixar a boca cheia d'água como eram os quibes e o hamus (para os leigos ramis) do Seu Abdo, na Rua Direita lá na minha terrinha. 

Se os bifes do Romeu, em Campos, e do Farid, em Miracema, deixaram saudades o que dizer do Chapa de Boi do Bar Pracinha? O que falar do Bife de Porco, no pão, do Zé Careca? Do pernil de porco do Toninho Richard, feito pela sua esposa, Dona Beleza? Tem hoje um trem bão deste na cidade? 

Enquanto pedíamos mais uma cerveja o Motta pedia uma porção de bife de fígado acebolado, e no mesmo momento me remeti ao Bar Leader, ainda na administração do Zé Careca, eu e Elierto chegavamos famintos, de Pádua, no início da madrugada e o Angeludo nos oferecia um extraordinário bife de fígado que nunca mais eu comi igual. 

As mulheres da roda pediram uma salada e depois de alguns minutos de espera chegou um simples salada de tomate, sem alface, e com um tempero muito sem graça. Marina me olhou e mandou de lá da outra  mesa, onde estavam as mulheres. "Adilson, diz para eles que salada de verdade era aquela do Bar Pracinha, feita pelo Jofre, irmão do Zé Salim, a famosa e verdadeira SALADA FRANCESA. 

E por aí foi até Cacá Motta chegar aos quitutes do Rio de Janeiro, onde mora, e tentar vencer meu desafio de melhor bife e melhor salgado de todos os tempos. 

Pedi licença, fui ao banheiro e quando voltei falei do Flamengo, e encerrei o assunto porque teria que lembrar do "Soninha"  e do Stein, mestres cozinheiros do Bar Pracinha, e dos pasteis e bolinhos de mandioca da minha avó, depois minha mãe, que eram vendidos no bar do Vicente Dutra, meu avô.  

Então é melhor falar de Flamengo, não é mesmo? Quem sabe um dia eu volte a sonhar com um bifes destes, citados por aqui, meu caro amigo Sebastião Apolinário, do não menos famoso BDF, lá na terrinha? 

Comentários

  1. FALTOU O KIBE DO SEU HABITO OU ABITO, QUE AINDA CRIANÇA CHEGUEI A PROVAR... QUANTO AO BIFE DO FARID, JÁ OUVI HISTÓRIAS E NÃO ESTÓRIAS HILARIANTES CONTADAS PELO MEU PAI E PELO MEU INESQUECÍVEL IRMÃO CACA! JOAO MARIA

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  2. Com todas essas variedades descritas acima não temos praticamente mais nada aqui em Miracema. Exceção feita ao amigo Sebastião no BDF, também citado por vc. A coxinha do Bar Pracinha ainda não encontrei outra igual. O picolé feito pelo seu Abdo também era inigualável. Ótimos tempos!

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