Futebol é passado, sim senhor

Por duas vezes, hoje, fui contestado e "condenado" por voltar ao passado para minhas análises sobre futebol. Por duas vezes, diga-se de passagem muito respeitado, companheiros meus mandaram eu olhar em frente e deixar o passado para trás. 

E o que eu digo? Não concordo e não aceito, mas tenho respeito pelas opiniões destes dois companheiros, que não viveram o passado ao vivo e a cores e sim do ler e ver na mídia de hoje. Por exemplo, como um garoto de 30 anos pode contestar minha opinião sobre o Santos FC dos anos 60, com Pelé & Cia? Como pode um jovem, na plenitude dos 20 anos, contestar minha opinião sobre o Cruzeiro EC de Tostão & Cia? 

Estes jovens não viram futebol romântico, da bola de couro, pesada e quando encharcada uma "medicine boll", estes garotos não viram Pelé carregar uma bola de área a área em um "gramado" esburacado e sem grama, estes meninos não viram Garrincha desfilar seus dribles, comuns para muitos e imarcáveis para noventa e nove por cento dos marcadores, estes jovens só conhecem Cristiano Ronaldo e Messi e jamais viram Rivelino e Zico ao vivo e Maradona somente por ouvir dizer e pelos vídeos da televisão. 

Felizmente a turma lá da minha Miracema aceita quando eu digo que Lauro Carvalho, Milton Cabeludo e Braizinho foram tão geniais quanto estes citados aqui, alguns até tentam discordar e quando eu peço para fazer comparações com o que veem hoje, na "Terrinha", é covardia, sabem que não há comparativo e nem alguém para ser comparado, as vezes chegam até a minha geração ou a geração do Brasil/Bandeirante, mas fica por aí e aceitam minhas crônicas e meus papos sobre nosso passado futebolístico. 

Na modernidade do Facebook as vezes  há contestação, há controvérsia, como hoje tive com estes dois companheiros, mas sempre dou um jeito de colocar, com muito educação, minha opinião e mostro, na real, como é hoje e como foi ontem, e, como os meninos conhecem a fundo, via televisão e redes sociais, o presente e o passado do futebol mundial, as vezes se calam e concordam comigo. 

Esta semana, no Armazém, tive uma boa prosa sobre este tema, o Fernandinho falava do seu Fluminense, da geração Francisco Horta, e contava que virou tricolor por causa de Rivelino, Paulo César, Pintinho, Cléber e tantos outros craques. Meu filho, Leandro, é torcedor do São Paulo FC por causa de Miller, Raí, Pita e Cerezzo, campeões do mundo e dominadores do futebol brasileiro e sul americano por longos cinco anos. 

Eu, que aprendi a gostar do Flamengo por ser de origem de uma família rubro-negra, já contei aqui que quase virei Botafogo, como meu amigo Thiara, por causa daquele timaço Bi-Bi, que foi Bi Carioca e Bi da Taça Guanabara no início dos anos 1960. E meu filho Ralph, que não aceitava outra camisa que não fosse a do Flamengo, influenciado pelo time liderado por Zico, que vendu tudo nos anos 80? Entenderam o que eu disse? Sem passado não há presente. 

Hoje o presente não é bom para mim, mas é bom para o garoto Marcelo, torcedor fanático do Barcelona, mas que um dia foi Real Madrid, no outro Bayern e me fez lembrar dos meus tempos de fanático pela Tevê Bandeirantes, do fabuloso Luciano Do Valle, que transmitia o campeonato italiano e a cada ano a garotada trocava de time procurando sempre o melhor, eu até poucos dias atrás ainda torcia pelo Milan, mas o Barcelona .de Guardiola, me fez olhar para a Espanha e mudei. 

Se no passado eu torcesse para o Barcelona será que eu trocaria de time? Por favor, pense, reflita bastante porque no futebol vale o passado e vale muito comentar sobre nossos antigos craques e antigos timaços espalhados por todo Planeta Bola. 

Comentários

  1. Concordo contigo. Para esses que não viram o que se passou até o início da década de 70, como eu, procure ler livros e até assistir vídeos para ter uma breve noção do que perdemos. É um dos meus temas preferidos falar dos craques e dos grandes times do passado.

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  2. Tadeu, você perdeu esse ataque Adãozinho, Fio, Michila e Caldeira, mas nesse mesmo time, tínhamos diversas variações de ataque, confere Adilson?

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    1. E foi campeão do Torneio do Povo. Yustrich era o treinador e Onça era o capitão. Meu Deus, este, antes daquele do ano passado, foi o pior Flamengo de todos os tempos.

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  3. Conselho aos jovens: esse futebol que chamamos do passado é preciso ser visto pelas lentes da história, pois na verdade, foi bonito os seus melhores momentos que guardamos em nossas mentes, mas, como um todo, hoje tudo é infinitamente melhor. Conforto nos estádios, toda a tecnologia usada no esporte como bolas, gramados, saúde dos atletas, regras, profissionalismo etc, nos proporcionam verdadeiros espetáculos nos estadios ou pela TV, coisas que não existiam. Então meus jovens, o que tínhamos de melhor no passado era a qualidade técnica dos jogadores, só isso, o reto era infinitamente pior. Recentemente revi um dos jogos da Copa de 1962, Chile, quase morri de tédio. Como história vale apena, não devemos esquecer dos gênio no passado, porém, hoje, tudo é muito melhor, exceto os craques, aliás, nem temos.

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  4. Meus jovens, realmente hoje é infinitamente melhor, temos guerras de torcidas marcadas pela internet com mortes a cada classico, coisa que no passado era uma briguinha dentro do estádio por que um desavisado entrava com a camisa de seu clube favorita pela porta errada.

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  5. Adilson, Yussef, José Luis, Tadeu. Futebol jogado no passado não pode ser esquecido, deve ser lembrado com saudosismo.

    Agora é preciso compreender que os tempos são outros, os atletas são outros, a forma física é outra, a bola é outra, os uniformes são outros, a transmissão é outra, o mundo é outro. Hoje você em Miracema acompanha o campeonato Chinês por exemplo.

    Portanto, não dá para querer que o futebol hoje seja o mesmo que vocês viram antigamente. Saboreiem o passado mas encarem a realidade e vamos em frente.


    Sobrenatural de Almeida

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  6. Compreendo perfeitamente que os tempos são outros e tudo mudou, não tenham dúvidas. Mas nada se compara, quero dizer dentro de campo, aos craques do passado, não somente em qualidade técnica, mas principalmente em quantidade. A figura do ídolo está sumindo do futebol brasileiro. Não é por isso que vamos desmerecer o pouco que temos hoje, mas é difícil de engolir.

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