A história de Zé Nunes da Fonseca
Um dos mais admirados cronistas esportivos do nosso rádio
se aposentou: José Nunes da Fonseca. Hoje Zé Nunes abre seu coração e fala de
sua trajetória no Rádio e de sua maravilhosa carreira de comentarista esportivo
e redator das grandes notícias dos jornais falados da Campos Difusora. Nunes
passou a vida cultivando amigos e seu amor pelo rádio. Jazzista de boa cepa e
admirador de um bom scoth, que hoje está proibido pelos médicos, foi um dos
mais ouvidos de seu tempo. Aqui, em depoimento gravado em 1997, José Nunes da
Fonseca conta um pouco de sua trajetória.
O COMEÇO – Foi por acaso, mas a verdade é que sempre desejei
integrar-me ao jornalismo esportivo. Tudo, na verdade, começou em jornal, na
gloriosa Folha do Povo, dirigida pelo incansável João Rodrigues de Oliveira,
que me deu a primeira chance quando um funcionário do jornal entrou em férias
e, durante vinte dias, fui responsável pela cobertura do esporte, que cabia ao
jornalista Aloísio Bastos, um alvinegro como eu.
PRIMEIRA VIAGEM – A primeira missão “estrangeira” foi, se
vivida na época de hoje, hilária. Era tempo dos lotações e em um destes formos
parar em São Fidélis
para cobrir o Campeonato Fluminense, e foi uma tremenda maratona. O pior da
história foi o almoço, eu nunca tinha visto um feijão tão duro, um arroz
traduzindo o famoso tipo “unidos venceremos”, mas mandei tudo numa boa, afinal
a fome era negra. Na hora de cobrir o jogo de futebol, à sombra dos eucaliptos
que cercam o Estádio Amaral Peixoto, eu não vi nada. Dormi o tempo inteiro.
O SONHO DO RÁDIO – O rádio era um sonho antigo, apaixonante.
O jornal apareceu por acaso, mas o rádio
era mesmo a minha grande ambição. Nasci e me criei na Rua Cardoso de Melo, na
Beira Valão, e era passagem obrigatória, no trajeto de minha casa para o
Centro, pela esquina da Av. Conselheiro Otaviano, onde funcionava a Rádio
Cultura, a mais importante emissora do estado naquela época. O diretor
artístico da Cultura, Prisco de Almeida, era ligado a minha família e incentivo
para eu fazer rádio era muito grande. O rádio, duante a segunda guerra, era o
veículo principal e o nosso nacionalismo era cultuado pelas ondas da Cultura, e
isto fez crescer em mim o desejo de me tornar radialista.
Nós éramos responsáveis pelo programa semanal da Federação dos Estudantes de Campos, levado ao ar às segundas-feiras, em uma deferência especial do sr. Mário Ferraz Sampaio, e juntamente com Ubiratan Campos, a Campista Afonsiana, hoje Record, e a nossa querida Rádio Jornal Fluminense, das quais fiz parte das primeiras equipes criadas por seus dirigentes. Isto me enche de orgulho e mostra que o caminho escolhido estava certo. Fui levado para lá pelo mesmo cidadão, Aloísio Santos, que outrora me abrira as portas do jornal A Folha do Povo.
Também éramos responsáveis pelo programa semanal da Federação dos Estudantes de Campos, levado ao ar às segundas-feiras, em uma deferência especial do sr. Mário Ferraz Sampaio, e juntamente com Ubiratan Peixoto, inovamos e chamamos a atenção do Aloísio.
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