Normal no Chile e vexame em Buenos Aires

Beto, botafoguense de quatro costados, me para no início da caminhada rumo a padaria: - Dutra, você acha que o Jéferson falhou no primeiro gol do Chile? 

- Creio que sim, para quem é considerado o melhor goleiro do Brasil e venerado pela sua torcida, de quem é ídolo incontestável, a falha é imperdoável. 

O rapaz aceitou a minha colocação e mandou outra pergunta: - Foi um vexame, na sua opinião, esta derrota do Brasil para o Chile, ontem? 

- Não. Foi um resultado normal para um jogo equilibrado, o Brasil jogou o futebol que pode jogar e o Chile se superou, claro que a falha do goleiro prejudicou o time e a escalação de Dunga, um time torto e sem um ponto de referência, centro avante nato, no ataque prejudicou o melhor jogador brasileiro. Douglas Costa, que não encontrou o finalizador para suas jogadas. 

O papo poderia ter rendido muito mais, porém, tem sempre um porém, quando eu disse ao Beto que vexame mesmo foi a derrota da Argentina, em casa, diante do Equador e com o Monumental de Nuñes completamente lotado, a conversa foi encerrada após um comentário do rapaz: - Este time da Argentina é igual ao Flamengo, quando vê estádio lotado, com milhões de torcedores esperando uma vitória espetacular, ela dá vexame e entrega o ouro. 

Resumo do papo e dos dois jogos que fecharam a primeira rodada da fase sul americana das Eliminatórias para Copa da Rússia: Vitória justa do Chile, que foi mais time e tem mais organização tática e se entregou ao jogo como se decisão fosse. Derrota inesperada da Argentina, que acreditou ter o jogo nas mãos, não aproveitou as chances e se perdeu após tomar o primeiro gol, poderia ter sido goleado dentro de Buenos Aires. 

Fica a pergunta, que certamente será feita por alguém em um próximo encontro, daqui a pouco, quando for a rua: Seria um aviso ou a seleção brasileira corre mesmo o risco de não se classificar? 

Acredito que seja apenas um tropeço, contra um dos melhores times da América do Sul no momento e como são quatro vagas a classificação poderá acontecer sem muitos problemas mas com outras derrotas no percurso. 


Comentários

  1. O que já era previsto aconteceu. Temos que encarar a realidade do nosso futebol, que já foi de encantamento e atualmente é de um total desalento. O técnico é fraco e o grupo carece de jogadores que não sintam o peso de vestir a camisa canarinho. Oscar e Hulk, definitivamente, citando apenas dois de mais de meia dúzia, não podem ser titulares da Seleção. Apesar de termos os nossos jogadores defendendo os principais times da Europa, o grupo não consegue responder dentro de campo o que se espera. Craques são raros hoje em dia, Messi e Neymar, quando não jogam, o resultado é o que vimos na rodada inicial das Eliminatórias.

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  2. Vi só o primeiro tempo. Time que tem Daniel Alves, Davi Miranda, Luis Gustavo, Oscar, Hulk e este técnico não dá mesmo. O Sampaoli trocou duas peças e melhorou o time. A anta ficou vendo o tempo todo o time precisando de mudanças e nada.

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  3. Concordo com o Adilson, com o Tadeu e principalmente com o Gilberto, só discordo, e sempre, quando o Galvão insiste em dizer que "o Chile e qualquer outro adversário brasileiro respeitam a história da camisa canarinho 5 vezes campeã mundial e a maior categoria do nossos jogadores", esse discurso já ficou pra trás a muito tempo. Qual seria o ultimo grande elenco de nossa seleção? Levando-se em conta que 100% de unanimidade é impossível; ex:Fontana e Dario em 1970.

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    1. O Galvão é um ufanista e um chato de galocha. Não me lembro qual foi o último jogo que acompanhei com ele narrando. Faz tempo!

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    2. Até sem galocha ele é chato. Repetitivo, sempre tem razão, dá palpites incertos que se em segundos se tornam "assertivas intermitentes" se posso assim explicar o inexplicável. Vai até o final da eliminatórias falar que a Copa do Mundo já começou e que pela primeira vez o Brasil perdeu um jogo de estréia. Sem falar nos emparcelamentos ele adora isso). Muito chato. Já era.

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  4. O nosso futebol jogado, devido a todos os motivos que durante os anos todos nós discutimos por aqui ou nos bares ou mesmo na casa do Adilson (e nada do convite firmar, rssss), é igual ao do Paraguai, do Uruguai, da Colômbia, de Portugal, da Suécia, da Itália, etc, etc, etc. Extra classe hoje só o Neymar, ponto final. Os outros que aqui jogam ou na Europa são iguais, uma pergunta: qual seria a diferença, além das tatuagens, entre o Pará e Daniel Alves? Fernandinho e Marcio Araujo? Paulinho e Douglas Costa? Hulk e Kayke?

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  5. Adilson relatou com precisão absoluta o que foi o jogo de ontem, Chile x Brasil, nada a acrescentar. Parabéns.

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