Conversa de Botequim está de volta

Esta situação de Vasco e Fluminense, que buscam desesperadamente uma fuga da zona da confusão, tem proporcionado boas discussões no Armazém e feito das sextas-feiras um dia especial de debate esportivo, fazendo até esquecer a crise financeira, a operação Lava Jato, os partidos políticos e até mesmo a pré-campanha eleitoral que já começa a esquentar na cidade. 

Fernandinho, tricolor dos mais competêntes, está preocupado com a situação do seu Fluminense, na última semana estava um pouco abalado, confiança a zero e reclamando uma barbaridade do capitão Fred e seus comandandos. 

- Como é que pode um ídolo, como nosso Fred, se jogar contra o clube e fazer pressão para derrubar treinador, para escalar o time e, morrendo de ciúmes do Ronaldinho Gaúcho, fez com que R10 amargasse uma reserva e perder espaço no grupo, disse Fernandinho desabafando diante dos companheiros de balcão. 

Enquanto isto, nas mesas da calçada,   Borges se sentia otimista e levanta a voz para dizer que o Vasco não cai: - No domingo veremos a real situação do Gigante da Colina. 

- Vencemos três em quatro jogos, empatamos o outro, e no domingo o Urubu vai sofrer nas nossas mãos, a sorte deles é que já não correm risco de cair, mas o Fluminense que se cuide, vamos dar a volta por cima e encarar a dura realidade, que é vencer todas daqui pra frente, e botar o tricolor no nosso lugar. Bem otimista nosso Borges, o vascaíno. 

Na mesa número 5, que já tinha sido a número 4 e agora trocaram a numeração a pedido do Motta, flamenguista juramentado e triste pela bicada do Galo, no domingo, a conversa teria um rumo diferente, nem Duda, nem Barreto queriam falar de futebol, mas como a política é assunto proibido pelas bandas do Armazém, o silêncio ia dominando a região até que o botafoguense Cesário chegou.

- Agora podemos falar de futebol, se a coisa está ruim para o trio da Série A imagine para o Botafogo, do Cesário? Dizia Motta, convencido de que o amigo está triste e preocupado com o futuro do Botafogo. 

- Que nada, grandão, meu Botafogo vai bem, obrigado, manda lá de dentro do balcão, onde pitava um cigarrinho de palha, presente do Tonico, que trouxe lá das Minas Gerais, eu quero é ver a troca no ano que vem, sai Botafogo entra Fluminense e Vasco. E deu uma sonora gargalhada espantando dois vascaínos que estavam debruçados no balcão. 

O Menino Cássio, que agora cresceu e até toma cerveja com os "tios", pega o celular e começa a exibir um punhado de memes sobre a derrota do Flamengo para o Galo e, quando botou uma foto de um amigo dele, segurando um galo de briga e, por sinal, muito bonito, soltou a pérola que encerrou o papo das mesas na calçada.

- Olha só o Zé Maria, bota foto com o Galo bonito e brigador, mas na semana passada, quando o convidei para jantar lá em casa, um peixe frito com cerveja, o mineiro atleticano saiu pela tangente e não queria nem falar em peixe naquele momento. 

- Espinha na garganta dos outros é refresco, né Tio Motta? 

E a conta foi paga e o assunto parou por aí. Até semana que vem. 

Comentários

  1. Espero não engasgar com um de Bacalhau no domingo.

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  2. Não comento nada antes do jogo Fla x Vasco, porém percebo que os dois lados estão temerosos e o que falam é tudo da boca para fora, no fundo do coração existe um grande temor e angústia dos dois lados.

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  3. Angústia só de um lados, temor só do outro. Angústia por perder e sacramentar a freguesia, temor se perder é um rebaixamento a vista, empurrado pelo grande rival.
    Certo?

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  4. Dizia Otacílio Ribeiro Lessa, professor de Biologia: ...entre o câncer e a úlcera.....VIVA A ÚLCERA!!!!!!!!
    Entre o TEMOR e a ANGUSTIA, viva o TEMOR porque sacramentar a freguesia seria, seria, seria.....o fim.

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