Flamengo de luto: calou o Violino

Ontem pela manhã, assim que cheguei a Miracema, retornando de São Paulo, enviei uma mensagem ao ídolo Evaristo de Macedo, craque no Flamengo e ídolo eterno dos grandes espanhóis, Barcelona e Real Madrid, que completava 82 anos de vida intensa e cheio de gás para viver um pouco mais na plenitude de seus movimentos e lúcidos em seus pensamentos. 

Um pouco mais tarde, quando retorno a Campos, após uma soneca reparadora, na casa das manas, recebo a notícia do falecimento de outro ídolo rubro-negro, contemporâneo do aniversariante do dia, Luiz Carlos Nunes da Silva, ou simplesmente Carlinhos ou ainda Violino, fino no trato com as pessoas, fino no jogo de bola e fino de corpo e alma. 

Carlinhos foi daqueles volantes, se é que podíamos chamar assim nos anos 60, cujo tratamento dado a bola era de "você" e não de "vossa excelência" como diziam os comentaristas da época e marcou seu tempo no CR do Flamengo com elegância dentro e fora das quatro linhas, foi campeão também na disciplina, recebeu o Prêmio Belfort Duarte, que é outorgado para o atleta que jamais foi expulso em sua carreira, e em vida recebeu a maior homenagem que pode ser prestada a um atleta de futebol, seu busto foi erguido na Gávea e uma praça, no clube, foi batizada com seu nome. 

Por diversas vezes o entrevistei, sempre elegante no trato com os repórteres, por muitas vezes torci por ele, por muitas vezes comemorei com ele, me lembro do meio campo mais famoso dos meus tempos de pré-adolescente, Carlinhos e Nelsinho, e me lembro, estava no Maracanã, quando Zico, o eterno ídolo do Flamengo, adentrou ao gramado carregando as chuteiras na despedida do Violino. 

Um cavalheiro, um craque, uma saudade que ficará eterna para aqueles que hoje olham para a boca do túnel do rubro-negro carioca e não vê aquela figura tranquila e educada e com cheiro de campeão na sua auréola. 

Comentários

  1. Partiram os dois "volantes" de genuína educação dentro e fora de campo. Zito e Carlinhos encerraram suas carreiras praticamnete juntos um ou dois anos de diferença, se houve mesmo. Como já disse por aqui ou lá no Face, do Zito nada vi, apenas tapes e um ou outro jogo do paulista mas não posso afirmar, mas Carlinhos vi várias vezes no Maracanã, era incrível sua calma e técnica, jogaram nos anos dourados de nosso futebol, e não me recordo de um volante até o inicio dos anos 70 que tivesse categoria igual ao Violino, talvez o Dino Sani também em final de carreira, logo depois surgiram outros também habilidosos, mas já a partir de 70. Estou falando do que vi, de 66 até 70, antes não vi. Carlinhos fazia parte do meu time de botão assim como o Liminha, time esse que desapareceu fisicamente dos meus guardados, mas tenha a escalação ainda viva em minha memória.

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  2. Gosto desse modo de ser dos flamenguistas, corintianos, palmeirenses, botafoguenses, acho até que os tricolores também fazem isso, além de alguns outros clubes do Brasil, estou me referindo as homenagens prestadas aos seus ídolos, enquanto o meu Vasco, nada, ou fez? me ajude aí Tadeu, o eclético.
    Quando ao Carlinhos, de fato foi muito bom, ficou dois degraus abaixo dos que ganharam Copa do Mundo e juntamente com Nelsinho, como citou o Adilson, fizeram uma bela dupla de meio campistas.O futebol jogado naqueles tempos erá formado por duplas no meio de campo, o chamado 4x2x4, então tínhamos essa dupla no Flamengo, no Vasco Lorico e Maranhão (Lorico era melhor que todos eles, em compensação Maranhão era o Maranhão), aí, na somatória o Flamengo levava vantagem.

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  3. Não citei esta dupla, por não te-la visto jogar, peguei o Vasco já com Alcir, Buglê, Beneti, e o final do Maranhão, mas se o Lorico era melhor que Nelsinho e que Carlinhos, realmente a memória ou a imprensa vascaína nada fizeram por ele. Pouco ouvi falar de Lorico apesar de saber de suas qualidades, mas desconhecia o fato de ser tão bom assim. Vivendo, ouvindo e aprendendo. Mas pode haver controvérsias.

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  4. Respostas
    1. Lírico eu conheci pessoalmente, assim como Maranhão, mas naquele período Roberto Pinto foi mais badalado e o meio campo bom era Zanata e Buglê, no início dos anos 70.

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    2. Zanata e Buglê provavelmente jogaram poucas partidas no Vasco, Zanata se transferiu para o Vasco e m 1973 jogando o carioca, fazendo dupla com Gaucho ou Alcir e este foi o ultimo ano de Buglê pelo time da colina, em 1974 se transferiu para o América MG. Mas isso é coisa para o nosso Tadeu.

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