Papo de Bola - Futebol é coisa séria e cheio de surpresas

O futebol é mesmo divertido e intrigante e nos prega peças surpreendentes e uma desas aconteceu ontem, na lotada Arena Corinthians, em Itaquera, São Paulo, onde o Timão recebeu o San Lorenzo, atual campeão da Libertadores, para um jogo até certo ponto fácil e que poderia ser decidido a qualquer momento, mas é aí que entra o imponderável jeito de ser do futebol. 

O fiel torcedor dizia, a todo momento e para todos ouvirem, que o time deveria "entregar" para que o São Paulo fosse eliminado da competição e o time argentino pudesse ter uma chance de completar a operação na última rodada, e um desejo incontido foi tomando conta de todos e passou a ser obrigação para o time de Tite.

Porém, tem sempre um porém, isto foi apenas uma tentativa de zoar os tricolores e deixa-los irados, pois no fundo, no fundo o corintiano queria mesmo era festejar na sua Arena e deitar e rolar em cima dos argentinos com um a vitória maiúscula que pudesse lhe dar a liderança geral da competição, que estava com o Boca Júniors, que venceu o fraco Palestino em jogo realizado mais cedo e chegou a cem por cento de aproveitamento nos seus seis jogos da fase de grupos. 

Só que dentro de campo parecia que o time do Corinthians estava mesmo decidido a fazer a goleada pretendida por parte de sua torcida, tentou jogar um futebol ofensivo, com garra e determinação e em nenhum momento ficou acomodado ou pensando em eliminar o grande rival antecipadamente. Mas o futebol é escrito, segundo Nélson Rodrigues, a noventa minutos antes do nada e a soberba pode ser o grande vilão. 

Não houve soberba e sim erro de escalação, o ex-atacante Vagner Love cortou todas as esperanças de gols do Corinthians e atrapalhou noventa por cento das ações ofensivas armadas por Tite e a bola teimou em não entrar e fugiu dos jogadores do alvinegro como se eles estivessem possuídos por algo ruim mesmo com os gritos vindos das arquibancadas de uma torcida frustrada por não ver o time se acertar em campo e por pouco não perde o jogo e complica uma classificação fácil que se desenhava. 

Quem queria ser o primeiro geral corre o risco de ser o terceiro, mas a classificação foi garantida com o empate e o jogo contra o São Paulo seria apenas um amistoso, mas e a rivalidade? Agora quem tem que jogar para eliminar o rival é o Corinthians e será que Tite vai mandar time completo em plena reta final de Paulistão? O que a torcida quer? Ganhar o Paulista ou eliminar o grande e eterno rival? 

Enquanto isto, lá em Santiago do Chile, o tão vaiado e irregular Internacional, de Porto Alegre, acertou o pé e achou as redes do Universidade de Chile por quatro vezes e se fartou de gritar gols nas arquibancadas do Estádio Nacional do Chile. 

Comentários

  1. Meu Caro Dutra, muito interessante seu artigo abordando os vários aspectos e nuances que envolvem uma partida de futebol, aparentemente uma coisa muito simples, dois times se enfrentando em busca de uma vitória, porém, o mundo do futebol não é só isso, é muito mais, são "n" interesses em jogo e só quem conhece as profundezas desse mundo esportivo distingue os detalhes.
    Agora, ficando apenas no jogo em si, tenho a impressão que o nosso Corinthians vai ter dificuldades enormes em superar os times argentinos, aliás, não apenas o Curingão, qualquer time brasileiro, pois estamos atrás tática e tecnicamente do futebol praticado no México e principalmente na Argentina.

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  2. Sobre tática a minha opinião, modesta por sinal, é que os nossos jogadores tem cultura diferente dos demais latino-americanos, aqui, o futebol sempre foi o improviso e esse improviso mereceu por anos e anos rasgados elogios da crítica esportiva brasileira. Os mais antigos como eu, sabem de uma história que dizem ser verdadeira referente a um treinamento tático aplicado pelo nosso treinador conterrâneo Zezé Moreira, que foi o seguinte: Zezé queria que o Garrincha cruzasse a bola mais rapidamente para o centro avante na área, então, colocou uma cadeira como limite do campo em que o nosso Mané teria que cruzar a bola, todavia, o Mané não obedeceu, quando chegou até a cadeira ao invés de cruzar como queria o treinador, ele simplesmente driblou a cadeira e continuou a jogada, aí o nosso Zezé simplesmente desistiu da ideia e deixo o Garrincha fazer o que bem entendesse no campo. Garrincha foi um gênio do nosso futebol.
    Resumindo: esquema tático no Brasil não é apenas falta de conhecimento dos treinadores e jogadores, é muito mais que isso, é uma questão cultural.

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