Um dia no Parque de Diversões

Alguém oferece a alguém com prova de muito amor. Você um dia deve ter ouvido uma frase destas, em um parque de diversões em qualquer cidade do nosso interior.

Hoje, aqui no nosso cantinho de recordações, venho dizer que durante bom tempo fui locutor improvisado dos parques que se instalavam em Miracema, na pracinha em frente ao Colégio Nossa Senhora das Graças, e ali ganhava uns trocados para no final de semana frequentar o Cinema XV que estreava sempre um bom filme ás sextas-feira e no domingo exibia grandes fitas internacionais.

Alguém, no balanço veneziano, oferece a moça que está na sombrinha, como prova de carinho. Também era frase que chegava sempre nos bilhetinhos anônimos, apaixonados ou não, flertes que hoje a gente não vê nem mesmo nas grandes redes sociais, era mais romântico, mais criança, mais puro e simplesmente um recado do desconhecido para a desconhecida.

Alguém de vestido rosa oferece ao rapaz que está na barraca de tiro e espera ser retribuída. É possível que não tenha sido você, que me lê agora, a autora deste bilhete, chegado amassado e com uma escrita nervosa, em minhas mãos em uma noite de sexta-feira quando a frequência do parque era intensa, mas pode ter certeza que não foram só vestidos cor de rosa ou rapazes nas barracas de tiro ou carteado que enviaram ou receberam uma mensagem desta, não fique envergonhado (a) você pode ter sido realmente um dos destinatários ou remetentes.

Mas uma coisa é certa, esta frase "alguém, aqui no estúdio de locução, oferece a professora Nerilda, de geografia, como prova de agradecimento por libera-lo da prova desta quarta-feira," marcou bastante e criou uma certa polêmica na diretoria do colégio, que não gostou da colocação e procurou o responsável por algum tempo, só que eles não queriam punir e sim saber quem era. 

E, com certeza, a professora ouviu e não gostou, mas ela sabia quem enviada, pois lá da sala, no segundo andar do prédio do Nossa Senhora das Graças, ouvia-se muito bem o som dos altos falantes do Parque de Diversões Cruzeiro, e sabe quem foi o autor e o locutor do texto em questão? Este locutor que voz fala imensamente agradecido a professora pela oportunidade de ganhar um dinheiro para o final de semana. 

Tempo de diversão barata, simples, sem muita beleza, mas de uma incrível alegria para qualquer rapaz ou moça do nosso tempo, muitos namoros começaram por ali, terminaram também justamente por aquela "praga" de locutor, como reclamava a professora Yolanda Chiarelli, sem saber que este que vos fala era o responsável por muitos daqueles recados, alguns nem existiam, mas eram criados na hora, a pedido do gerente do parque, para que outros se animassem e pagassem um Cruzeiro por recado enviado, que claro ficava para ser dividido entre nós. 

Hoje o lugar é uma pracinha bonitinha, simples como os parques que por ali se instalavam, mas sem o glamour e sem o corre corre das moças e dos rapazes para alcançar a fila das barcas, da sombrinha e de outros brinquedos, como a roda gigante, que faziam sucesso entre nós, se já existia o carrinho bate-bate? Não, eles vieram com os ricos parques que se instalavam no recinto da Exposição e já traziam seus locutores e não havia mais recados apaixonados no ar. 

Comentários

  1. Ficou a dúvida: você levou zero na prova de geografia?
    Voltando ao assunto futebol: recentemente fiz-lhe uma pergunta que não foi respondida como tantas outras, aliás, porém, insisto com você, e se possível gostaria de saber também as opiniões do Sefinho, Tadeu, Maluf e Mano Belo, o segundo turno do campeonato brasileiro foi melhor que o primeiro? Em minha opinião sim, os treinadores soltaram os times, as bonitas jogadas individuais estão mais frequentes, bons jogadores estão surgindo, estou mais esperançoso, acho que dias melhores virão.

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    1. Pelo horário, ele não vai te responder. Que blogueiro desinteressado sô. O segundo turno foi melhor sim, Luxemburgo animou a festa, e realmente surgiram alguns nomes mesmo que em pouca quantidade, mas já é alguma coisa.

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  2. Fiz segunda chamada, dona Netilda era minha fã e eu era bom em geografia

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  3. Moçada do blog preciso dar uma saidinha por uns tempos, ao retornar volto ao blog, gosto dessa turma, principalmente do mala flamenguista Sefinho, esse cara é do Canário! Eta flamenguista enjoado, mas sem ele o blog fica menos brilhante.
    Olha lá..., o Vascão não morreu não, ele tá vivo.

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  4. Enfim, terei paz. Se entendi bem, vai se internar na Dr Eiras?

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  5. Casa de saúde Dr. Eiras? Não.
    Foi bom você ter tocado neste assunto, pois em uma recente pesquisa feita com seus internos (casa de saúde Dr. Eiras) deu o seguinte resultado: 89% de flamenguistas, 5% de tricolores, 2% de botafoguenses, 2% de vascaínos e 1% de americanos e banguenses, o restante 1%, foi de torcedores de outros clubes e indecisos, porém, de quando em vez entre os pesquisados nesse grupo, um gritava: mengoooo! Que Loucura.

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  6. Detalhe: pesquisa feita por médicos flamenguistas. Queria saber se você chegou a responder a essa pesquisa? Fale a verdade.

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  7. Somos mais sempre, até nos devaneios que nos levam a essas alucinações ou delírios, portanto mesmo na Dr Eiras seremos em maior número, agora 89% é possível mais os 5 % tem que ser de vocês, afinal vice é prerrogativa vascaína.'

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  8. Será por que o Adilson Dutra não responde minha pergunta? Aposto que virá um texto bem bacana abordando o assunto. Vamos aguardar, sentados ou não.

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