Lusa x Mequinha um dia foi clássico


O Yussef Damian, o Sefinho, me provocou certo dia lá no blog, onde é um dos notáveis debatedores, colocando a súmula de um jogo, datado de algum dia do ano de 1969, ano da glória e da graça do nosso alegre futebol, quando até no nosso, lá na terrinha ou no então Norte Fluminense, era respetiado e tido com um dos melhores do interior do Rio.

Sefinho mandou de lá um Portuguesa 2 x América 2, jogado no Parque Antártica, em São Paulo, e quando olhei as duas escalações me bateu uma baita saudade de praticamente todos aqueles jogadores que fizeram parte deste, que na opinião dele e com meu aval, foi melhor do que poderia ser um Real Madrid x Liverpool que seria jogado naquele mesmo dia em que me
desafiou.


E quem viveu aquele tempo sabe do que estou dizendo, basta lembrar que no ataque da Lusa Paulista estavam Basílio, Leivinha e Ratinho, que sairam do Canindé para brilhar no Corinthians, Palmeiras e São Paulo, e na defesa dois gigantes que vestiram a camisa da seleção brasileira, Ze Maria e Marinho, este brilhou na Europa e o lateral foi por longos anos titular no Timão.

A saudade bateu mais forte ainda quando li escalação do América, do treinador Flávio Costa, que me aprovou naquele mesmo ano em um teste que fiz no time de Campos Sales, isto mesmo, naquele tempo ainda era o Rubro, de Campos Sales, e seu ataque nada devia ao ataque dos bandeirantres, tinha os irmãos Edu e Antunes e Mário Tilico, o pai, ainda em plena forma jogando pela direita, e no banco da Portuguesa de Desportos um outro que tive a alegria de prosear lá na terrinha, Miracema, onde nascemos, o campeão do mundo Aymoré Moreira.

Que maravilha reviver estes bons momentos, tenho certeza que o maluco por futebol, também notável debatedor do blog, Gilberto Maluf, hoje morando em Santos, no litoral paulista, deve ter comparecido a este cotejo entre os times quinta força do Rio e de São Paulo, ele deve ter sido um dos 2.555 pagantes deste belo espetáculo de futebol que foi Portuguesa x América.

No gol da Lusa estava Orlando, que começou no Rio e foi um dos grandes nomes da Lusa Carioca e do São Cristóvão, fechando gol contra os os grandes chamou a atenção de muitos outros, na zaga do América estava Alex, que poderia estar na seleão campeã no México se não fosse a opção por Fontana, que não tinha a mesma classe do gaúcho do America.

E  falando em Alex me vem a lembrança do louro em um dos bares da Alzira Brandão, na Tijuca, onde fazia ponto após os treinos e eu chegava após o trabalho, não era bebendo, o zagueiro não gostava de alcool, e sim caldo de cana e o famoso suco de laranja com quibe ou pastel fritos na hora pelo português dono do estabelecimento.

Na Lusa tinha Lorico, que tive o prazer de conhecer em São Januário, naquele mesmo ano, jogando ao lado de Maranhão, e dando seu lugar a Buglê, que chegara do Atlético Mineiro e Maranhão cedendo se posto para Zanata, e os dois, Zanata e Buglê, formaram um dos mais perfeitos meio campo de todos os tempos no Vasco da Gama.

E no ataque do América aparece Jeremias, que um dia brilhou com a camisa do Fluminense, Jerê era um ótimo papo e era outro que frequentava os bares da Tijuca, também não bebia, procurando um papo para passar o tempo antes de seguir para a concentratação de Campos Sales nas vésperas dos jogos.

É, Sefinho, viu como uma simples brincadeira mexe com o coração de um velho boleiro que hoje tem o prazer de escrever sobre as boas coisas do nosso alegre futebol? Com a licença do saudoso Aloísio Parente para usar novamente o seu bordão.

Comentários

  1. Realmente você captou minha mensagem, o que eu disse em tom provocativo, realmente é que os dois times provavelmente teriam feito um jogo melhor que qualquer jogo de futebol de hoje, mas não poderia imaginar que minha súmula fosse dar em um texto tão histórico e muito bem detalhado por você. Lembrando que o técnico da Lusa era o Aymoré Moreira, nosso conterrâneo,
    Categoria os irmãos do Zico estavam em campo, será que pelo menos o Edu entraria na sua lista dos 22 melhores? Lembre-se ele também jogou no Vasco.

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    1. Boa Sefinho, deixei para fazer um paragrafo com o Aymoré e quase passou em branco. Boa lembrança, já devidamente corrigido.

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  2. Foi um ótimo jogador o Eduzinho, aliás, a família Antunes era bola cheia. Edu, Antunes, Zico, Caio Cambalhota esse acho que não era Antunes, me ajude aí, falhou a memória.
    Lorico era craque, melhor do que o Ganso de hoje, porém teve um um período onde Ganso parecia ser o resumo do melhor de Didi, Gerson, Lorico, Dudu e Ademir da Guia, ficou só na promessa.

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  3. Tem hora que o bate bola entre vocês fica tão bom que o melhor é só ler, mas quando provocado não consigo ficar de fora e aí estrago a festa.

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  4. Excelente crônica. Boa de ler e de lembrar dos bons tempos do futebol. Realmente não estive neste jogo no Parque Antártica. Lembro-me de ter visto três jogos Corinthians x América no estádio. O primeiro foi nos anos 60 pelo Rio São Paulo com arbitragem de Amilcar Ferreira. Não consegui achar a súmula do jogo. Em 1975 com Cesar Maluco no time o SCCP empatou 1 x 1 no Parque Antartica com o América. E outro jogo no Pacaembu, placar de 0 x 0.
    Lembro-me do médio volante Ivo " coração de leão ", do goleiro Pompéia " constellacion ", também do goleiro Ari. Sobre o Lorico da Portuguesa, por anos fez dupla de meio com o Paes. Aliás, o Lorico era mão de vaca. Li na Revista do Esporte que ele fumava e não comprava cigarro . Sobre o América do Rio, um amigo torcedor do Bangu falava que Bangu x América levavam 40.000 torcedores no Maraca. Voltando ao jogo América x Portuguesa com 2.555 pagantes, até seria possível eu ter ido. Fui ver um São Paulo x Olaria pelo Rio São Paulo de 1963 que teve 1.500 pagantes. Lógico, fui torcer pelo Olaria, nos meus 12 anos de idade já não gostava daquele time.

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  5. Súmula de um jogo de 1964 envolvendo a Portuguesa. Estive lá.
    Portuguesa: Orlando; Jair Marinho, Ditão e Edilson; Pampolini e Wilson Silva; Almir, Dida, Henrique Frade e Nair.
    Corinthians: Heitor; Augusto, Eduardo e Oreco; Amaro e Clóvis; Marcos, Luisinho, Silva, Flávio e Nei.
    Gols: Eduardo (contra, 27-1), Silva (pênalti, 31-1), Henrique (pênalti, 33-1), Almir (29-2), Dida (31-2) e Marcos (38-2).
    Árbitro: Armando Marques.
    Renda: Cr$ 24.080.200,00 (39.665 pagantes)
    Henrique e Dida vieram do Flamengo.

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  6. Vamos relembrar também o o jingle que abria a tarde esportiva da Rádio Nacional (a TV Globo da época) comandada por Antonio Cordeiro e Jorge Cury, sob o patrocínio da Cervejaria Brahma.
    Segue o jingle que que era famoso na época:

    “Quem gosta de cerveja,
    Bate o pé reclama,
    Quero Brahma,
    Quero Brahma”

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  7. Mais lembranças daqueles tempos: MELHORES DO RIO DE 1962. Manga, Jair Marinho, Mário Tito, Nilton Santos e Altair. Nelson e Gerson. Garrincha, Saulzinho, Dida e Zagalo.
    No meu caso, que morava em São Paulo na época, causou-me surpresa o nome do médio volante Nélson do Olaria ser o escolhido da posição. As vezes vou socorrer-me com meus amigos e fiz a seguinte colocação:
    -Confesso que não me lembro de Nélson do Olaria.
    Ainda justifiquei que para Jair Marinho ter sido o melhor lateral, a coisa devia estar ruim pela direita.
    Recebi o eguinte relato do meu amigo Jairo Salles, conhecedor do futebol do Rio dos anos 50 e 60:
    -O apoiador Nelson do Olaria foi a revelação do ano no futebol carioca. O
    Flamengo comprou seu o passe por elevada quantia e de contra-peso o Olaria
    também vendeu o lateral direito Murilo. As ironias do futebol: Nelson jogou
    bem somente este campeonato de 1962 e Murilo firmou-se como titular absoluto
    no Flamengo. Jogou vários anos e se não me engano chegou até a jogar na
    Seleção Brasileira. Era um bom lateral e o
    Nelson,……………………………………………………..sumiu!
    Até mais ou menos 70, eu acompanhava o futebol carioca quase que como dever sacro. Aos
    domingos, a exemplo das missas, comparecia religiosamente ao templo
    Maracanã, disse meu amigo banguense Jairo.

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  8. Mas do jogo América x Portuguesa não tenho nada nas minhas lembranças.

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  9. Esse é o Gilberto, um verdadeiro Wikipédia. Abraço na equipe toda.

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  10. Caio é irmão do César, o Maluco, e Luizinho Lemos meu caro Categoria, todos peladeiros do Salesiano, em Niterói, onde batia umas bolinhas com meu tio Clery Picanço.

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  11. Tem andado tão ocupado ultimamente que não dá tempo de acompanhar quase em tempo real o blog. Sefinho escreveu aqui que abre o blog várias vezes ao dia, eu também, só que esta semana eu estou a 150km/h e não tem dado tempo. Porém, não perco nada, pois cedo estou conferindo o que não li.
    Parabéns mais uma vez ao Maluf, Sefinho, Tadeu e o nosso glorioso Adilson Dutra "O BOLA DE OURO". Ah, ainda tem o Mano Belo.

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