Os bondes da camisa nove

E lá vamos nós, atendendo aos pedidos dos amigos saudosistas e que gostam de cutucar o blogueiro com perguntas pertinentes e deliciosas colocações sobre o mundo da bola e suas histórias. O neto do Bicudo, meu bom companheiro das manhãs na padaria, me perguntou: “Tio, meu vô diz que o Flamengo tinha um jogador com nome de Lua, é verdade?” 

Tinha Lua, Foguete, Marciano e Radar (foto), todos eles daqueles centroavantes ruins e que eram goleadores nos pequenos times em que foram descobertos, o Flamengo é mestre nestas descobertas mirabolantes, lembram do Berico? Sim, Berico, que brilhou no Guarani, de Campinas, chegou no Rio desconhecido, fez três gols na estreia, curtiu a fama e... Nunca mais voltou a marcar e foi vendido, meses depois, para o futebol mexicano onde sumiu e ninguém nunca mais o viu.

Isto sem falar, meu caro Bicudinho (esqueci de perguntar o nome do garoto) em uma imensidão de artilheiros de um jogo só, tipo Kita, que veio da Inter de Limeira, Luis Antônio, Bujica e outros garotos da base que, só por terem feitos gols decisivos contra os grandes rivais, ganharam as páginas do Jornal dos Sports ou da Revista Placar e, como aquele Berico citado acima, também sumiram do mapa e ninguém tem notícia deles.

E não foi só o Flamengo que teve jogadores com brilho curto ou com talento rasteando pelo chão, conheci de perto o Valfrido, espanador da lua, que vestiu a camisa do Vasco e andou fazendo uns gols e até teve momentos de ídolo cruzmaltino. Ferreti, que também fez história no Botafogo, é outro grandalhão desengonçado que foi muito badalado naquele primeiro 6x0 do alvinegro sobre o Flamengo, em 1972, depois também seguiu para o México e ficou por lá até falecer recentemente.

No Fluminense eu me lembro do Ubiraci, que jogador horrível, mas fez alguns gols contra o Flamengo e caiu nas graças da torcida, mas bastaram dois ou três jogos medíocres e bolas para o mato para que o sucesso chegasse ao fim. 

O José Maria de Aquino a poucos dias lembrou do Leônidas da Selva, eu disse DA SELVA, um atacante butinudo que era decisivo no América e que nunca conseguiu sair do anonimato, apenas nos áureos tempos do Jornal dos Sports, quando o Mequinha vencia com gols seus, via estampada sua foto e uma boa matéria, em páginas internas do famoso “cor de rosa”.

Não vou falar de Fio Maravilha, este tinha momentos de craques e outros de cabeça de bagre, mas me deu muitas alegrias como frequentador assíduo das gerais do velho Maracanã, inclusive aquele gol, contra o Benfica, que virou música de Jorge Bem, eu vi de pertinho. Não falem de Fio perto de mim, eu brigo e o defendo. Foi gênio e louco ao mesmo tempo.

Um outro louco, mas que metia gols a vontade, era o Caio, irmão de César e Luizinho, fez algum sucesso no Flamengo, andou por aí em busca da fama, mas seu futebol era bem limitado e pode até entrar naquela relação lá de cima, os com os nomes de satélites e planetas, que não seria ingrato com ele. 

Volto ao assunto em breve, mas preciso de ajuda para lembrar de outros bondes famosos da camisa nove. 

Comentários

  1. Ubiraci e Walfrido eu me lembro dos álbuns de figurinha. Não cheguei a acompanhar a maioria dos atacantes do Flamengo porque estava em São Paulo. Mas me lembro de todos exceto do Lua.
    Vou relatar sobre o que li de um torcedor de Taubaté,o Guilhermo Codazzi, pena que não era atacante do Flamengo:
    Dia 18 de outubro de 1964.
    O Maracanã, maior templo do futebol brasileiro, está colorido de 'Fla-Flu'. A bola desfila pelo tapete verde, hipnotizando 136.606 torcedores, à procura de chuteiras imortais.
    Por 90 minutos, o Rio para. Ainda no primeiro tempo, após passe pelo meio da zaga, Ubiracy recebe e empurra para as redes rubro-negras: 1 a 0 para o Flu, festa 'pó-de-arroz'.

    Literalmente gol de cinema, de Canal 100. Aos 22 anos, ele calava o Maracanã. "O silêncio da torcida do Flamengo no gol de Ubiraci foi mais ensurdecedor do que a comemoração da torcida tricolor", declarou à época Nélson Rodrigues, fanático torcedor tricolor.

    Com o gol, Ubiracy foi alçado aos status de herói. O Flu seguiu rumo ao título carioca, com um time cheio de craques, como Carlos Alberto Torres e Didi. Era um tempo de fama. Calar o maior estádio do mundo parecia ser a especialidade do jovem atacante. Um ano antes, na final dos aspirantes, fez o gol do título contra o rival histórico Flamengo, diante de 177 mil torcedores.

    Mineiro de Leopoldina, Ubiracy, em seus tempos de glória, conseguiu ofuscar até mesmo um rei, outro filho de Minas Gerais, de Três Corações.
    "O público veio ver Pelé mas viu Ubiraci", dizia a manchete do jornal, após a vitória de 4 a 2 do Fluminense sobre o Santos, no Pacaembu, pelo Torneio Rio-São Paulo de 63. Aquela noite, fez dois gols.
    Na sequência da carreira, o atleta atuou ainda por equipes do México, onde se tornou ídolo, e Equador . Tempo em que futebol era paixão. "A gente jogava por amor", recorda Ubiracy.

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  2. Hoje meu amigo Yussef Damian, o Sefinho, me fez rir lembrando de Cabinho, e dos baianos Zé Eduardo e Beijoca... aí, meus amigos eu digo que chega. Boa, Sefinho. Gilberto,lembra aí alguns dos paulistas,tipo Ademar Pantera, gordinho como Walter, e que também tentou a sorte no Flamengo. Geraldão está nesta turma?

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  3. Cabinho jogou muito tempo na Portuguesa. Ademar Pantera foi um verdugo do Corinthians. Geraldão Manteiga, veio do Botafogo de Ribeirão, meio caneludo mas fazia gols. Lembro-me de Benê, aquele que tirou o título do SPFC em 1967. No SPFC apareceram durante a construção do estádio Téia, Prospiti, Prado, Faustino, Baiano, Nelsinho, Babá.
    No Palmeiras tinha o Nardo, Enio Andrade, Mazzola, Vavá, Dario, Servílio, Cesar, Artime. No SFC além de Pagão, jogaram Gonçalo (jogou também no SPFC e FFC ), Sormani, Toninho Guerreiro, Coutinho. Dentro da área, ninguém tinha a "estilingada" do Coutinho. Era mortífero.
    No SCCP jogaram Lance, Vaguinho, Marcos, Silva, Nei, Lima, Luisinho, Lindóia, Eduardo e uma infinidade de ruindades que ficaram por pouco tempo.

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  4. Esse Silva do Corinthians era o Batuta? Se era, jogou muito. Vaguinho também foi um bom ponta direita, Lance era mais ou menos, se esse Nei era o que jogou no Bangu, Vasco, Botafogo e Flamengo, o cara fazia muito gol era rápido gostava de dar bicicleta. Esses do Palmeiras, como Vavá,Mazzola,Cesar(é o Maluco?)Servilio e Artime se são os eu estou pensando jogariam hoje facilmente em qualquer time da séria A. Yussef Damian-Sefinho

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