Futebol demais e quem sofre é o controle remoto

Como eu estava dizendo, aqui abaixo, a quarta-feira foi daquelas de deixar o maluco por futebol na telinha da tevê sem levantar do sofá. Foi uma tarde europeia e uma noite brasileira, principalmente pela Copa do Brasil, quando os grandes clubes do país estavam envolvidos em decisões por uma vaga nas quartas de finais da competição e o torcedor, nas arquibancadas ou nas poltronas, ficou ligado no que via e no que não via. 

Eu segui o conselho do velho Sollon e fiquei zapeando, aliás o veterano jornalista escolheu ver Duro de Matar, não sei que número, no seu novo brinquedinho, um DVD 3D, e ficava me mandando torpedo, via celular, como um jovem, querendo saber como estava o seu Flamengo, e isto de cinco em cinco minutos, como se o filme para ele fosse apenas um pretexto para poupar o seu velho e sofrido coração.

Eu daqui zapeando, o controle parecia nervoso. Dez minutos no canal 37, onde o Palmeiras perdia a vantagem conquistada em São Paulo e parecia que não suportaria o Atlético Paranaense, que estava melhor e já fazia valer o mando de campo. Outros cinco minutos no canal 124 para ver o sofrimento do Santos, que com seus garotos tentavam segurar a vantagem de um gol contra o Grêmio, mas estava difícil, aguentaram o primeiro tempo.

E lá em São Paulo, no Pacaembu da Fiel, o Corinthians me parecia nervoso diante do limitado Luverdense. Tite botou o time ofensivo, mas os nervos traiam os jogadores corintianos, que foram salvos por um gol no primeiro tempo e depois foi só administrar com calma para buscar o gol da classificação, mas o time de Mato Grosso até que incomodava.

No Maracanã poucos minutos ligado, o Flamengo jogava o ano contra o Cruzeiro e parecia sentir o peso da responsabilidade. Nos primeiros cinco minutos que vi estava equilibrado e deu para perecebe que com Victor Gonzales no meio campo e com Marcelo Moreno, no ataque, ia ser difícil de conseguir uma classificação. Jogo muito travado nos poucos momentos que vi no primeiro tempo.

E quando chegou a etapa final dos jogos das dez da noite eu já tinha definido que continuaria zapeando e assistindo a todos os jogos ao mesmo tempo. Botei o controle na mão direita e comecei a girar e fui até ao canal 113 para ver como andava Náutico e Sport, pela Sul Americana, um ótimo jogo, o Timbu tirou a diferença, devolveu o 2x0, e o jogo se arrastava para decisão por pênaltis.

Sollon me liga: "Como está o Flamengo, vê aí, pô! Você é mais novo e tem o coração reformado". Tá bom, dei uma virada no controle e vi que o time carioca estava totalmente mudado, Mano tirou Cáceres, botou Paulinho na ala, botou Luiz Antônio no meio campo e quase no final trocou Carlos Eduardo, o nulo, por Adryan. E Elias decidiu com um belo gol após boa assistência de Paulinho.

Contei para Sollon e este ficou em pânico: Ainda tem mais cinco minutos? E Felipe, como é que está? E esta defesa, vai aguentar o tranco? E aguentou sim, o Cruzeiro teve um gol anulado, impedimento, e um gol perdido de forma bisonha por um atacante que acabara de entrar.

E foi só o que vi, pois continuei passando pelos jogos e assistindo a derrota do Palmeiras, Atlético Paranaense se impôs em casa e sapecou 3x0 no Verdão; o Grêmio fez o segundo gol quase no final do jogo e eliminou o Santos, 2x1 no agregrado, e o Corinthians fez o dever de casa e os 2x0 que precisava, não sei se a torcida brigou, mas sei que gostou só da vitória porque teve muita gente reclamando do time.

E na Arena Pernambuco a complementação da quarta-feira nervosa, Náutico 2  x Sport 0 e a decisão foi para os pênaltis, e o Náutico decepcionou, acertou apenas um em três cobranças e o Sport fez as três que cobrou. Então, o rubro-negro pernambucano segue na Sul Americana e, na Copa do Brasil, já tem confrontos garantidos e Flamengo e Botafogo brigam por vaga na semifinal e o Goiás pega o Vasco, que joga por um empate em casa, o Grêmio faz o clássico contra o Corinthians e o Atlético Paranaense espera apenas o Internacional liquidar o Salgueiro logo mais.