Andando por aí: Ouro Preto

No meu giro pela região do ouro, em Minas Gerais, pude perceber o quanto o Brasil é da terceira idade e o quanto o Brasil é futeboleiro por excelência. Não se anda dois metros sem encontrar um jovem senhor, ou senhora, ou um casal que já passou dos sessenta e não se anda cinco metros sem ver um jovem, um senhor ou uma garota com o fardamento de seu time preferido. 

Virou febre viajar por aí, conhecer novos horizontes, fazer novas amizades e virou mania envergar a camisa do clube amado ou até mesmo vestir o manto para agradar o amado (a) que acompanha nas viagens por este mundo de meu Deus.

Cheguei a Ouro Preto na quinta-feira por volta das 17 horas e o movimento nas ruas centrais da cidade já indicavam que o primeiro parágrafo deste texto era a pura realidade e antes mesmo de descer do carro, do meu amigo Celestino Sales, já percebia que os meus contemporâneos estavam dominando o final de semana e os jovens, mesmo com um frio de dez graus, se orgulhavam de vestir suas belas camisas do Botafogo, atual líder do Brasileirão, do Internacional/RS, Flamengo. Corinthians e um punhado de clubes estrangeiros, claro que o Barcelona era a grande maioria. 

Pousadas lotadas, e a turma de aproveitadores subia o preço da diária a cada chegada de uma turma de maior idade. Restaurantes tomados de idosos, que misturados aos jovens, estudantes ou turistas, faziam da primeira noite em Ouro Preto ser daquelas que podem entrar no rol das inesquecíveis, embora a pizza, a panqueca e as outras massas, servidas no restaurante Sótão, no centro da cidade, fosse da pior qualidade possível, nem mesmo aquelas que compramos nos supermercados se igualam, mas fomos salvos pelo ótimo vinho servido e pela excelência do papo entre mim, Marina e o casal Celestino e Wannya Sales. 

O turismo brasileiro está sendo salvo pelos "jovens" da terceira idade, que aliás salvam famílias, salvam cidades e as grandes empresas operadoras de viagens nacionais e internacionais, por onde passamos, seja aqui ou lá fora, meus contemporâneos fazem a festa e animam qualquer ponto turístico por onde chegam com suas turmas e suas alegrias, está na hora de reivindicar maior respeito e maior carinho, como aquele que percebemos nos jovens fardados com as camisas de seus times preferidos, que são envergadas com orgulho e respeito. 


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