Venceu o Brasil, venceu o futebol de resultado

Demorei a chegar para o pitaco sobre os jogos de ontem, pela Copa das Confederações, estava me recuperando psicologicamente do trauma que passei assistindo Brasil x México e ter que ouvir, dos comentaristas e dos amigos com quem falei antes, durante e depois da partida, que o time de Felipão esteve bem e quase a altura do futebol brasileiro e do que o brasileiro espera da seleção.

Meu Deus! Ou eu sou exigente demais ou sou mesmo um radical inverterado e sem cura, pois não gostei nadica de nada, exceto do gol e da bela assistência para outro, do garoto bom de bola Neymar, que por sinal está sendo utilizado de forma errada pelo técnico da seleção e recebe noventa por cento das bolas no canto do gramado e em noventa por cento das vezes a jogada não sai.


Santa diferença! Em campo, lá em Fortaleza, estava a seleção cinco vezes campeã do mundo e do outro lado a atual seleção campeã olímpica, e o que vimos? Um jogo sem graça, salvo aquelas duas jogadas citadas aqui a cima,  sem meio campo inteligente e nosso treinador usando o esquema da moda, ou seja, o futebol de resultado e seja o que Deus quiser.


Dizem que houve evolução em relação ao jogo contra o Japão, não creio nisto, não vi o jogo de sábado na íntegra e me arrependi de ficar preso, por noventa minutos, assistindo aquela pelada de luxo no novo Estádio Castelão, em Fortaleza, na tarde desta quarta-feira.


Qual o sistema de jogo de Luis Felipe Scolari? Uma linha de zagueiros, protegida por dois volantes, que são impedidos de passar do meio campo, um meia, que não recebe as bolas, outro que recebe todas e não tem com quem dialogar, um atacante correndo de um lado para outro, improdutivamente, e outro parado, como um poste, na frente. Isto pode render algo contra Japão, contra o México e pode ser um veneno mortífero se repetir o que que vi contra Espanha ou até mesmo a Itália, no sábado que está chegando.


Venceu, tudo bem. Diz um amigo, que prefiro não citar o nome para não o aborrecer. Venceu o futebol de resultado, diz um treinador, também amigo meu, que pelo que li, publicado por ele no Facebook, tem a mesma opinião deste que vos fala neste momento.


Será que vamos ter que ir para as ruas pedir a volta do futebol arte? Será que o povo aplaudiu a seleção puramente por ser nacionalista e ávido por vitórias? Fico com as duas opções. 



Comentários

  1. Ao final do jogo Brasil e Japão fiquei muito satisfeito, pois imaginei que o Brasil finalmente estava no caminho de volta ao nosso velho e bom futebol. Porém, esse jogo de ontem me deixou decepcionado e me trouxe dúvidas. Segundo afirmava o grande filósofo miracemense Paulo Nilson "... a dúvida é o pior estado de espírito". Então, mesmo contente com o resultado acho que voltamos a estaca zero, irei aguardar o próximo jogo contra a Itália para uma melhor conclusão, pois time em formação às vezes tem altos e baixos.
    Dutra, ontem quando terminou o jogo Brasil e México exclamei: - não irei contestar nada do que o Adilson vier a escrever, pois o joguinho de hoje foi de lascar!
    Lógico que o Neymar é um gênio. Salvou a Pátria!
    Portanto meu caro Adilson Dutra, seu artigo sobre o dito cujo jogo merece uma única nota, 10, nota 10.
    Abrs.

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  2. Zé, eu queria um esquema definido, com um cara para distribuir o jogo, mesmo que este cara fosse um Alex ou Zé Roberto, ambos já beirando aos 40 anos, para poder liberar a genialidade de Neymar.

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