Vai ser bom te ver outra vez


Quanto riso... Quanta alegria... Mais de mil palhaços no salão! É, hoje não temos mais riso, alegria nem palhaços nos salões. A Máscara Negra não esconde mais o rosto do Pierrô Apaixonado ou sequer é vestida pelos Foliões em Devaneios. 


Sei lá, creio que é nostalgia demais ficar todo ano batendo na mesma tecla e dizer que bom era o carnaval de outrora. Mentira. Bom é o carnaval de hoje, quando estou presente cantando as mesmas marchinhas, os mesmos sambas que animaram os salões do Aéro Clube e do Quinze, lá na terrinha, e do Automóvel Clube e Regatas Campista aqui na intrépida Campos dos Goytacazes.

De que adianta chegar por aqui, cantar “Me dá um dinheiro aí” ou “Cabeleira do Zezé”? Estarei dando ênfase a saudade, a vontade louca de voltar a ter meus quinze anos, passar pela Rua Direita com minha fantasia de nada, um mascarado improvisado, desfilar na Escola de Samba do Chacrinha, do velho saudoso Jair Polaca, ou deixar o Polaca zangado e sair pela Unidos no Samba e na Cor, do bom amigo Calil Saluan Neto. 

Cantar o samba do Fernando Nascimento, composto para a Unidos de Todas as Cores, da Piscina, que saiu por dois anos consecutivos e depois, como o próprio carnaval, adormeceu, porém, tem sempre um porém, o samba, “Dona Ermelinda, a Redentora”, até hoje, sem saudosismo algum, está na memória de muitos que viveram e participaram daquele deslumbramento lá na Marechal Floriano.

A poderosa genitora, Dona Ermelinda,  bem que poderia voltar pr aqui e dar um grito de independência para este carnaval, que um dia já teve Zé Faca, Mané Badeco, Gesnê, Nenenzinho e tantos outros foliões inveterados, que deixaram marcas impagáveis nas ruas da cidade e na história do carnaval de Miracema. 

Tenho certeza de que uma destas marchinhas, que fizeram sucesso nas décadas 60 ou 70, será cantada em verso e em prosa por este locutor que vos fala: “Foi bom te ver outra vez...” Vai ser muito bom ver você, outra vez, pelos bares da cidade, mesmo que a fantasia não seja a mesma ou o bloco não esteja nas ruas. 

Comentários

  1. O tempo passa, companheiro. As coisas mudam. Ficam as lembranças. Às vezes a saudade, que não tem sinônimo. abs e bom carnaval. Se ainda for possível

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  2. E como mudam, meu caro Zé Maria, ontem fui para rua, à noite, ver e participar do desfile dos blocos e dos bois pintadinhos e vi que a modernidade atrapalha, estilizaram os bois e perdeu a grança, mas para dizer que não estou criticando, ficou mais bonito, mas muito chique e diferente. Mas enfim, estava animado e muito bom de ver.

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