Sócrates visto por um brasuca em Florença

Ouvindo agora as homenagens pelo aniversário de Sócrates, hoje completaria 59 anos, e olhando as imagens de um José Trajano triste, na Espn, contando alguns detalhes da passagem do craque por Florença, para onde seguiu como grande astro, na temporada 1984/1985, me lembro quando estive em visita a cidade, em 2008, e de uma conversa com um balconista da maior loja de material esportivo da cidade. 

Claro que o moço era brasileiro, meu italiano dá apenas para pedir vinho e pizza e cantar alguma canção no idioma de Leonardo Da Vinci. O balconista me falava com emoção sobre Sócrates, que ele conheceu profundamente, era seu companheiro nas visitas as livrarias e aos restaurantes do centro de Florença.

- Sócrates era um homem triste, diz Rodrigo, o balconista, não se adaptou ao frio e não gostou do clima hostil criado pelos jogadores nativos por sua chegada com status de grande ídolo. Ele, culto e inteligente, dava um banho nos caras e se não fossem os brasileiros que jogavam por aqui naquele tempo, principalmente Zico, que o levou para o Flamengo em 1986, Sócrates já teria voltado para o Brasil há muito tempo.

Ouvi atentamente, fazia bem ao rapaz falar do amigo Sócrates e contar as aventuras do ídolo em terras italianas, não interrompi o desabafo de Rodrigo, que continuou a contar detalhes sobre as idas aos restaurantes, as igrejas e as livrarias, onde o craque comprava tudo aquilo que o levasse a entender os filósofos, os artistas e, principalmente, Michelangelo, um dos ícones firenze. 

Hoje, quando completaria 59 anos, Sócrates é relembrado em todos os cantos deste Brasil e por todos os esportistas apaixonados pelo ídolo, que um dia eu tive o prazer de dividir um chope e uma caipirinha no Hotel Brasilton, em São Paulo, enquanto esperava José Maria de Aquino fazer seu trabalho junto ao grupo da Seleção Brasileira que enfrentaria a Bolívia, no dia seguinte, no Morumbi.

Ouvi também muitas histórias sobre a passagem de Edmundo por Florença, mas este é um novo capítulo e, quem sabe, algum dia eu me lembre de contar por aqui. 

Comentários

  1. Sabendo da intenção do São Paulo em contar com Sócrates, Vicente Mateus bolou uma estratégia para que o craque viesse para o Corinthians, mandando Isidoro Mateus, seu irmão, ao Morumbi para negociar com Antônio Leme Nunes Galvão, presidente do Tricolor, simulando interesse na contratação do volante Chicão, que viria para o Timão por uma quantia em dinheiro e mais o passe do lateral Cláudio Mineiro.

    Tudo não passando de uma encenação para que a cúpula são-paulina se distraísse e o caminho ficasse livre para Vicente Matheus viajar a Ribeirão Preto e trazer Sócrates, grande revelação do Botafogo, em uma negociação das mais felizes da história alvinegra.

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  2. E depois falam que Matheus era um analfabeto... Negócio era com ele e o Corinthians tem muito que o agradecer.

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  3. Adilson, neste dia triste para os amigos e familiares do Sócrates, Miracema também chora a morte de um filho ilustre, que sempre a defendeu e bradou por todos os cantos o seu amor por esta terra, o senhor JOFRE GERALDO SALIM. Ele partiu, mas a sua trajetória e a luta por uma Miracema emancipada ficarão registrados para sempre na história do município. O dom da oratória era mais uma de suas qualidades, que muito impressionava por tamanha facilidade em brincar com as palavras, pois era o que ele fazia e nos encantava em ouvi-lo. Não posso deixar de falar de sua educação e atenção quando nos encontrávamos para uma prosa. Guardo com muito carinho até hoje um chaveiro que ele mandou pra mim, por intermédio do meu saudoso pai, que tem um escudo do Vasco em que ao leve movimento transforma-se em um Almirante. Eu era pequeno e muito me marcou a lembrança.

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  4. Já fiz a minha homenagem ao meu amigo, irmão e companheiro Jofre, uma das glórias e que agora é uma LEGENDA miracemense.

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