Meu ídolo Franz, um goleiro sem sorte


Na foto, do arquivo de Milton Neves, Franz olha Nélson levantar o troféu Naranja, na Espanha, em 1964.

O São Cristóvão é um velho freguês do Flamengo, mostra a estatística que foram 130 jogos com 95 vitórias do rubro-negro carioca. Mas um jogo foi especial para um jogador do time Cadete, Franz, um grande goleiro e não tão sortudo quanto a maioria de seus concorrentes naquela década.

Em 1964, no Maracanã, Fraz fez uma das mais brilhantes atuações que um goleiro pode fazer e chamou a atenção do Flamengo e da comissão técnica da CBD, que já começava a montar o time para a Copa da Inglaterra/1966. 

Franz brilhou intensamente e impediu que Silva e companhia chegassem ao gol da vitória e segurou, ele sozinho, o empate sem gols naquela noite de quarta-feira, chuvosa, no Estádio Mário Filho, em jogo pelo Campeonato Carioca de Futebol.

Nem chegou ao vestiário e os dirigentes do Flamengo já acenavam com um contrato, para ele milionário, e sem pestanejar o goleirão deixou o São Cristóvão e foi jogar na Gávea ao lado do Batuta e seus parceiros, onde encontrou pela frente o irregular Marco Aurélio e Fernando, goleiros consagrados e possíveis titulares.

Chegou à Gávea para ser o terceiro goleiro e em dois ou três jogos conquistou a posição de titular, que não guardou por muito tempo, algumas atuações sofríveis, alguns frangos depois, lá estava de novo amargando a reserva do reserva e vendo seu sonho de jogar a Copa de 1966 se distanciar cada vez mais.

Ouvia alguns cronistas a dizer: "Franz é goleiro que tem que estar em ação por 90 minutos, se esfriar leva um frango". E parecia mágica, o Flamengo não era atacado e na Hora H, quando precisava de Franz, ele não repetia as suas atuações com a camisa do São Cristóvão.

O Flamengo foi campeão em 1965, mas Franz, depois de uma grave lesão, voltou ao São Cristóvão  e hoje é um aposentado do Governo do Estado do Rio, terminou a carreira e ganhou  um emprego de Fiscal de Rendas do RJ, e mora em Niterói, onde nasceu para a vida e para o futebol jogando no Canto do Rio.

Conto isto aqui porque Franz era o nome do meu goleiro do time de botão e um dos meus ídolos do futebol. Goleiro espetacular, porém, tem sempre um porém, que não teve a sorte dos campeões.


Comentários

  1. O Franz eu me lembro somente na Revista do Esporte. Num blog do Marcão aparece a súmula de um jogo de 1964 no Maracanã, Flamengo 0 x 0 São Cristovão . Deve ser esse jogo .
    Fazia tempo que não via a menção Cadetes para o São Cristóvão.
    Fui com um amigo do Rio ver América x São Cristovão na rua Figueira de Melo. Ele me convidou da seguinte forma: E aí, vamos ver os Alvos em São Cri Cri?

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  2. Não posso falar muito do Franz porque nem na TV eu vi. Mas posso falar do Batuta, o Silva. Num carnaval, na rua Santa Clara em Copa, ele estava sentado tomando uma cerveja e falei para ele: Marcos, Silva, Nei e Lima ( ataque do SCCP de 1962 ). Ele surpreso exclamou: po_ _ a! Depois dessa , de vez em a gente conversava de futebol num bar na mesma rua Santa Clara, das suas matadas de bola no peito e quando subia de cabeça na área.
    Pela seleção, no Rio, a imagem que vem é a do Paraná descendo pela esquerda e cruzando para o Silva cabecear.
    Em São Paulo vi muitos jogos dele.

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  3. Eu conheci o Silva lá em São Januário, na minha breve passagem por lá, e quando seus filhos Valtinho e Walace jogaram nos juniores do Flamengo e depois no América, profissionalmente, encontrei com ele por diversas vezes aqui, no Godofredo ou Arisão, ou no Caio Martins. Tenho uma ótima passagem com ele, envolvendo meu filho mais novo, em um incidente com a torcida do Flamengo, no Caio Martins, em jogo contra o Americano. Depois eu conto.

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  4. Meu filho mais velho, corrigindo, o Ralph, que sempre procurava estar no meio das confusões.

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  5. Franz August Hellfreich, nasceu em Niterói, em 22/05/1936. Atuou pelo Flamengo em 48 jogos, no período de 1964 a 1966. abrs

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  6. Franz era meu goleiro também no time de botão e vi algumas autuações dele pelo Flamengo. No entanto, no rubro-negro, ele não conseguiu repetir as defesas que fazia no São Cristóvão. Lembro que teve grave contusão num choque com Jairzinho e encerrou a carreira no Flamengo.

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    1. Puxa, cara, muito obrigado por este comentário quase cinco anos depois, sinal que estou ainda sendo lido e que as colunas antigas estão em evidência.Valeu, abraço.

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