E chamam isto de futebol profissional

Flamengo venceu, Olaria perdeu, a torcida gostou e o prejuízo no bolso ninguém conta. Será que o que foi arrecadado no Raulino de Oliveira, ontem à noite, deu para pagar as despesas de locomoção, acomodação e as tais taxas da Ferj, que são caríssimas por sinal?

Quatro mil pagantes e R$ 60 mil de arrecadação para ver o Flamengo vencer o lanterna Olaria por 2x0, dois gols de Renato Abreu, e se firmar como o time de melhor campanha na Taça Guanabara, 22 pontos ganhos em 24 possíveis, apenas um empate, na Rua Conselheiro Galvão, contra o Madureira.

Mas e daí? Perguntaria meu amigo blogueiro. E daí, que em um futebol, dito profissional, é preciso muito mais para sobreviver a enorme folha de pagamento de um clube. E daí? Perguntaria novamente o meu amigo blogueiro. E daí, que se seguirmos o rumo dos jogos deficitários como este e muito outros, dentro de pouco tempo as tesourarias irão finalmente berrar e pedir mais organização das federações brasileiras.

Com todo respeito a tradição do Olaria, sempre um time presente nos campeonatos estaduais, é preciso acabar com esta mediocridade ou exigir mais profissionalismo e competência dos times participantes daquilo que eles, os dirigentes da Ferj, chamam de "Campeonato mais charmoso do Brasil".

Eu já diria que é o campeonato mais insosso do Brasil, com times que não jogariam em um lugar onde o futebol fosse levado mais a sério e com 10 participantes fazendo de conta que são profissionais fica muito pior ainda. O que faz o Olaria neste campeonato? Oito jogos e três empates contra outros do mesmo nível técnico, muito pouco para quem joga um Campeonato Carioca de futebol da Primeira Divisão.

O segundo tempo do jogo é daqueles para o torcedor esquecer que viu e a televisão guardar, a sete chaves, o vídeo tape da partida. Para ser horrível teria que melhorar muito e em um todo o jogo só foi agradável pelos dois gols de Renato Abreu, que agora se sentirá na obrigação de ser titular absoluto, afinal fez dois gols no grande Olaria. 

Comentários

  1. Seus comentários, caro Dutra, de tão realistas que são tem hora que me deixam rindo. Esse de hoje, por exemplo: o jogo foi do jeito que você descreveu, porém, trouxe alegria aos fanáticos flamenguista que viram o jogo pela TV e no estádio, eles não estão nem aí se o jogo foi contra Olaria ou Barcelona, o importante é que o MENGÃO ganhou!
    Hoje eu vejo a importância desses times pequenos. Eles servem para treinar os grandes e principalmente tem a função de trazer a alegria aos torcedores desses clubes, até os presidentes desses clubes pequenos torcem por FLA, VASCO, FLU ou BOTAFOGO. Porém, como você diz "tem sempre um porém", de quando em vez dá zebra!E aí, as hienas aparecem.
    A renda das bilheterias nesses jogos é apenas para ajudar a pagar o lanche das delegações. Pois os grandes clubes do RJ já estão com todos os jogos pagos pela TV, já os pequenos..., bem, eles dão um jeito. Abrs.

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  2. O Olaria me faz lembrar o craque Afonsinho jogando por algum tempo por lá. Passou na TV em São Paulo o jogo Botafogo x Olaria e o "prezado amigo" Afonsinho conseguiu irritar o timaço do Botafogo e o jogo terminou empatado.
    Teve uma passagem que não esqueço. O time do Olaria satisfeito com o empate ficou tocando a bola no seu campo e os jogadores do Botafogo irritados, ficaram aplaudindo em tom de deboche.

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  3. Verdade Gilberto. Nesse jogo estava na geral do Maracanã, foi bonito demais!

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  4. O Olaria, nesse time citado pelo companheiro Gilberto, mais precisamente no ano de 1971, além do Afonsinho tinha também o Roberto Pinto, surgindo na zaga o Miguel, que posteriormente jogou por Vasco, Fluminense e Seleção, o lateral Alfinete, que depois jogou no Vasco, e o pequenino ponta Osni, emprestado pelo Santos, que posteriormente teve uma breve passagem pelo Flamengo e se destacou mais no Bahia. O técnico era ninguém menos que Jair Rosa Pinto. Bons tempos em que os chamados pequenos ainda revelavam alguns jogadores e mandavam seus jogos nos seus alçapões. abrs

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  5. Alfinete e Miguel a dupla que foi para o Vasco, onde os conheci, e o zagueiro central até que fez sucesso, mas o lateral não foi muito longe, era limitado, mas o que prova que os pequenos de outrora eram formadores de bons jogadores, o Olaria tem um grande número de ótimos jogadores revelados na Rua Bariri, mas hoje, acomodados e sem grana, buscam refugos e ex-jogadores em atividade para participar de três meses de competição por ano.

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