Botando o bloco na rua

Enquanto eu ouvia os melhores sambas enredos de todos os tempos Vasco e Fluminense jogavam no Engenhão e, podem acreditar, ninguém nesta casa de malucos por futebol se dignou a pedir para que a tevê fosse ligada ou saiu da sala, onde samba, suor e cerveja eram o menu principal do sábado de carnaval.

O celular toca e o velho Sollon é quem está do outro lado tentando conversar comigo sobre a possibilidade de vir até aqui, na casa das manas, para me pegar para irmos até a Rua Direita ver o carnaval da terrinha. 

Dado o sinal verde o amigo desligou e dez minuto depois chega por aqui e pede uma guaraná para matar a sede, o calor, por volta das sete da noite, ainda estava forte.

E não choveu, as nuvens que ameaçavam, quando escrevi o texto anterior, já tinham deixado o céu e o azul anil tomou conta do espaço parecendo querer iluminar o desfile dos blocos e dos bois pintadinhos anunciados para às oito da noite.

Não foi um horário britânico, mas com pouco atraso começaram a aparecer os bois pintadinhos e logo de cara o velho jornalista se assustou: "Ih! Rapaz, modernizaram os bois e deram uma repaginada nos foliões", espantou meu velho amigo Ermê Sollon.

Realmente, os bois já não são mais humildes e simples como nos carnavais do século XX, agora estão modernizados evoluídos e, como disse Sollon, mais chique e um pouco sofisticado para o gosto dos tradicionalistas.

Rua Direita bem animada, como nos bons tempos dos velhos carnavais, prefeito Juedir Orçay (foto) na pista sambando e abraçando quem passasse pelo palanque oficial, e lá vem o Bloco das Meninas e Meninos de Miracema carregando uma avalanche de foliões animados e ávidos por mostrar que o carnaval de Miracema não acabou e promete muito nestes quatro dias de folia.

Hoje tem mais, porém, tem sempre um porém, estarei mais devagar e prometendo ficar bem pianinho, pois abusei demais no sábado e preciso me poupar porque só está no começo e vem muito mais por aí. Depois eu conto.

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