A hora do choro programado

Olhando as primeiras páginas dos jornais de São Paulo, desta segunda-feira, e puxando na memória para encontrar as páginas dos jornais das segundas-feiras pós rebaixamentos de Palmeiras, Atlético Mineiro, Grêmio, Corinthians, Vasco, Botafogo, Fluminense e outros grandes brasileiros, fico a pensar com meus botões: Como tem gente bonita frequentando estádios por este Brasil afora, será que os brucutus e marginais só vão aos estádios em jogos que não marcam rebaixamento?

Ontem, antes de começar Flamengo x Palmeiras, no Estádio Raulino Oliveira, postei no Twitter e no Facebook um texto sobre o assunto. Esta torcida do Palmeiras vai ao estádio preparada para ser filmada ou fotografada chorando ou lamentando a queda do alviverde de Parque Antártica.  

Bingo! Hoje lá estão estas figuras bonitas nas primeiras páginas dos jornais e ontem, em toda programação dos canais de esportes, lá estavam eles dando entrevistas, chorando diante das câmeras e das lentes dos repórteres cinematográficos ou fotográficos. Coincidência? Não, tudo armado e tudo preparado com bastante antecedência.

Lembram do rebaixamento do Corinthians? Isto, aqueles dois ou três jogos finais em que parte da Fiel Torcida estava nas arquibancadas com faixas, tatuagens ou algo programado para que pudessem aparecer na programação esportiva do dia seguinte, com anuência dos jornalistas amigos ou da família.

Será que aquela moça bonita e bem vestida, que está na capa da Folha de São Paulo ou aquele rapaz almofadinha, que está na capa do Estadão, frequentam os estádios nos clássicos contra São Paulo, Santos ou Corinthians lá no sufoco das organizadas? Fazer pose de chorão ou chorona em um estádio vazio é bem fácil, quero ver na hora de um jogo "a vera" no Pacaembu lotado e com a massa jogando de tudo sobre os torcedores.

No rebaixamento tem sempre uma criança chorando ou um pai arrependido de ter levado o filho ao estádio para ver seu time caindo para Série B, mas sempre nos jogos em casa, e ontem, no Raulino Oliveira, não tinha pai, não tinha criança chorando ou a família torcendo junta, afinal fica longe de casa e os "malucos" não são tão malucos assim, né mesmo?

Comentários

  1. Quando o Corinthians caiu em 2007 eu fiquei muito triste.
    Eu conheço a torcida do Palmeiras. Ela leva muitas mulheres ao estádio desde a avó até a neta. Próprio de famiglia italina.

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