E ainda batem palmas para eles

O Goytacaz FC foi premiado pela Ferj como o time mais disciplinado e a melhor torcida da Segunda Divisão do Rio. O time campista recebeu aplausos de todos os presentes na festa realizada pela Ferj, na Barra da Tijuca, e, numa frase de efeito, o presidente Rubens Lopes Filho disse ser quinta torcida do Rio de Janeiro.


E daí? O presidente da Ferj sempre se mostrou contrário aos interioranos e, segundo pesquisas de companheiros que navegam pela rede mundial de computadores, desde que assumiu o comando da entidade, em substituição a Eduardo Viana da Silva, apenas uma vez o lado de cá do estado colocou dois clubes na Primeira Divisão do Rio numa mesma temporada.


Já não me causa surpresas estas ações do presidente da Ferj, que sempre que por aqui aparece ou dá declarações sobre o futebol interiorano, elogia, faz média e recebe afagos dos dirigentes do Norte ou do Noroeste Fluminense e o resultado final sempre é contrário aos objetivos de nossos clubes.


Tigres, Mesquita, Duque de Caxias e agora o Audax, todos da Baixada Fluminense, recebem benesses maiores e são premiados com vagas na elite do futebol fluminense. Cardoso Moreira, Itaperuna, Aperibeense, Carapebus e Floresta, que ousaram chegar ao topo e tomar lugares daqueles da região metropolitana, estão no ostracismo e fora de qualquer disputa profissional do futebol promovido pela Ferj.


Coincidência? Não, realidade. O presidente da Ferj sempre esteve na contra mão do nosso futebol e, mesmo bajulado e premiado com menções ou placas de ouro, prata ou bronze, está cruzando os destinos do futebol do lado de cá com mão forte e poderosa.


Caiu o Cardoso Moreira logo no ano seguinte que galgou a Primeira Divisão. Caiu o Americano depois de longos anos participando da Elite. Caiu o Floresta, que pensou um dia ser uma surpresa entre os grandes. Caiu o Aperibeense, que em um golpe de mestre foi retirado do quadrangular decisivo da segundona em favor de um time da Baixada Fluminense. Caiu o Carapebus, que mandou para campo um time de guerreiros e isto incomodou os homens dos carpetes e salas refrigeradas.


Tá legal, subiu o Quissamã, diriam vocês, aliados e amigos do presidente da Ferj, mas Paulo Henrique soltou o verbo antes de “garfarem” seu time e, cá prá nós, só perceberam quer não dava para atrapalhar o time da “Terra do Coco” quando os pontos conquistados, em campo, já não davam para ser alcançado, erraram ou não acreditaram na força do alvianil de Quissamã?


No tempo em que Eduardo Viana comandou a Federação de Futebol do Rio de Janeiro o interior era forte e a entidade promovia torneios regionais, como a Copa Noroeste Fluminense, que movimentou toda aquela região do Estado do Rio, nossa gente comparecia aos estádios e os times do lado de cá nutriam esperanças de um dia jogar contra os grandes da capital.


Hoje o Noroeste está restrito ao Paduano, que mesmo assim jogará a Segunda Divisão do Rio, e Norte terá Macaé e Quissamã na Primeira Divisão, e, coincidentemente, Goytacaz, Americano e Rio Branco, da terra do Eduardo Viana, estarão amargando os jogos deficitários da Segundona em 2013. 


E ainda dão placas e menções honrosas para o presidente.