E o carnaval não está nas ruas




Carnaval começa a cidade fica às moscas e o interior bomba, principalmente na minha Miracema, onde o carnaval ainda existe e os foliões saem às ruas travestidos de “piranha” ou de “sujo” e fazem a alegria da garotada, que segue os cordões de “Clóvis” por todos lados com seus cânticos animados e gritos histéricos e provocativos. 


Hoje, domingo, não é dia de falar de futebol ou de outro esporte qualquer, é dia de falar de carnaval, folia e fantasia, aliás isto é o que não falta na Gávea atual, onde a folia atravessa as noites, a fantasia é vestida diariamente, muita gente se fantasiando de jogador de futebol, e o chefe do bloco não toma qualquer iniciativa para mudar o panorama do clube.


O Flamengo de hoje me faz lembrar aquela velha marcinha, da década de 60, “Piada de Salão”, e o Fluminense me recorda uma outra, da mesma década, “Se a canoa não virar”. 


Será preciso explicar o motivo destas comparações? Claro que não, o torcedor/folião é inteligente e sabe muito bem o que estou  falando.


Aliás, e a propósito, Ronaldinho Gaúcho está cantando, já há algum tempo, uma outra marcinha, que ficou famosa na voz de Moacir Franco, “Me dá um dinheiro aí”, mas quando botaram a grana na conta ele fez ouvidos de mercador e continuou fingindo e cantando pelo canto da boca “Me deixa em paz” e a torcida só não gritou”pega ladrão” porque ainda está com paciência com o ex-melhor do mundo.


Tem muitas marchinhas antigas que me fazem lembrar do futebol de hoje, triste, endinheirado e sem nenhum brilho individual e nossos craques, outrora valiosos e disputados pelo mercado externo, hoje ficam por aqui, rodeando dirigentes e ávidos por um lugarzinho em qualquer destes times de ponta dos grandes centros.


Este campeonato carioca, inchado com dezesseis clubes, com o público fugindo dos estádios devido a violência das torcidas, preços exorbitantes cobrados nas bilheterias e falta de artistas para dar um solo de qualidade, também faz-me lembrar dos carnavais dos salões lá da minha terra e os daqui, desta Campos formosa e intrépida, que em dias de glória esvaziava as praias da região com suas atrações fantásticas.


Nossas escolas de samba, que hoje começam a se exibir no Sambódromo Carioca, mostram luxo, riqueza e mulheres lindas, se nos clubes faltam craques e os dirigentes estão buscando a peso de ouro, nestas citadas escolas faltam sambistas, passistas ou gente de samba no pé, artigo de luxo nos barracões, onde foram substituídos por celebridades ou BBBs de perna grossa e seios fartos.

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