Meus amigos quase centenários se encontram
Ontem, sentado no Bar e Restaurante Bolinhas, no centro de Guarapari, reencontro Dona Bilu, minha quase centenária amiga, e, para sua surpresa estava comigo o velho guru Ermê Sollon, que fez questão de ir até o Litoral Capixaba para conhecer a minha “musa” do verão.
Dona Bilu, como você sabe é torcedora do alvinegro de General Severiano, saiu pela praia passeando com seu novo amigo, claro que eu estava ao lado para impedir qualquer “gracinha” de Sollon, e aos poucos foi mostrando o seu humor e seu “pavio” curto.
Sentamos no Quiosque do Miguel, indicação do amigo Luiz, genro do Sérgio Tinoco, e pedimos uma cerveja gelada para começar o dia. Nossa amiga queria saber as novidades sobre a contratação de Tanaka, o lateral “brazinês”, que o Botafogo pretende trazer para o lugar de Bruno Cortês.
Quando informei a ela que Osvaldo Oliveira aceitou a chegada do chileno Rojas, de La U, a quase centenária senhorinha sorriu e pediu uma cerva por sua conta.
- Gostei, Dutra, vi este moço jogar contra o seu Flamengo e contra o Vasco e gostei. Parece que estamos no lucro, aquele Cortês me parece ter virado o fio.
Passa o moço do jornal e oferece um exemplar do Extra, e Sollon retruca perguntando se tem o Lance. Nada feito, o maior diário esportivo do país não chega a Guarapari e pedi O Globo, mas quando o cara falou o preço, 100% acima do preço da banca, a nossa amiga estrilou:
- Ei, você está parecendo Tiago Neves, que quer ficar rico em um ano de contrato com o Fluminense? Que negócio é este de pedir cinco pratas por um jornal que custa a metade na banca?
Explicações dadas, claro que não aceitas pelo trio, e então saímos para um giro pela orla em busca de novos ares e coisas diferentes prá fazer neste quieto centro de Guarapari e seguimos de volta ao Bolinhas para um almoço regado a um bom vinho português, preferência da minha amiga nascida na Tijuca e criada em General Severiano.
Sollon me pergunta como está o Americano para a estreia contra o Vasco, e ao mesmo tempo quer saber de Dona Bilu o que ela pensa dos times do Rio de Janeiro. Eu, já conhecendo os dois veteranos amigos, me distraí conversando com as crianças, que queriam saber onde consegui a camisa do Manchester City, despistei do papo de ambos e fiquei na espera.
- Sollon, o Fluminense é igual a aqueles meninos aristocratas de nosso tempo, bonitinho, educado, rico e mimado, mas quando chega a hora de namorar sério ninguém quer, falta alguma coisa.
Bingo! Eu sabia que a senhorinha ia soltar alguma coisa, e quando chegou a vez de falar do Flamengo fingi que tapava o ouvido mas Dona Bilu detonou:
- Flamengo é o oposto do Fluminense, é um time de renegados desde o nascimento, se eu tivesse uma filha em idade prá casar e Flamengo fosse gente não daria consentimento para namoro.
Antes que eu perguntasse sobre o Vasco a quase centenária senhorinha já soltou o verbo, fazendo corar os garçons Luiz, Luiz Carlos e Neném, todos vascaínos, quando ela dizia, em voz alta, que Vasco é o espelho do português está sempre precisando de um bom banho e nunca está na moda.
Sobre o seu Botafogo ela se omitiu e preferiu deixar para nós, Sollon, eu e os garçons, fizéssemos nossas análises e apenas confirmou o que eu já sabia: Ser Botafogo é ser diferente, é amar Heleno de Freitas, Garrincha e Carlito Rocha.
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