Somos todos iguais...

Este negócio, envolvendo Neymar, Santos e Barcelona, me levam de volta a "Terrinha' e aos anos 50/60, quando os juvenis dos grandes cariocas visitavam Miracema para amistosos e abriam portas para a que os treinadores fizessem suas "peneiras" com os talentos regionais.


O assédio aos jovens e promissores jogadores de Flamengo, Vasco, Fluminense ou Botafogo era como se estes fossem já estrelas consagradas. Cito, por exemplo, o time do Flamengo, que tinha um ataque formado por Espanhol, Beyrute e Germano e, nada mais do que Gérson, o Canhotinha, no meio campo.


Era o suprassumo do talento jovem do CR do Flamengo. Os torcedores sabiam disto e lotavam as calçadas próximas ao Hotel Barros e o campo do América, onde o treinador Modesto Bria fez o único treino para enfrentar a seleção da cidade.


E porque me lembrei deste fato durante o final da transmissão do jogo decisivo do Mundial de Clubes da Fifa? Porque era intensa a movimentação da imprensa e torcedores para saber se a novela "Neymar/Barcelona" teria desenvolvimento ou se o time catalão tinha ou não interesse no craque brasileiro.


Antes dos jogos, em Miracema, pais, técnicos e dirigentes conversavam com os homens fortes dos times visitantes para dizer: "Preste atenção no zagueiro da seleção, ele é melhor do que os seus"; "olhe com carinho para o garoto que vai jogar com a número 7, ele é ótimo", e por aí iam as indicações e, no final do jogo, sempre era esperada uma declaração do técnico para estes mesmos interessados.


Não havia imprensa assediando, apenas a Rádio Emissora de Miracema transmitia os jogos, as reportagens externas eram quase impossível naquela época, e, portanto, a notícia sobre qualquer interesse por algum jogador, como no dia em que o Flamengo levou Ademir ou Alvinho, ficava por ali onde nasceu o negócio.


Já nos dias de hoje, com internet e a imprensa voando em jatos hipersônicos, existe especulação antes, durante e depois de cada jogo em que os grandes da Europa estão envolvidos, tal qual quando os grandes da capital visitavam nossa "terrinha". 


E diria Ivan Lins e Ronaldo Bastos: "Somos todos iguais esta noite..."

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