E A DÚVIDA PERMANECE

Sabe aquela conversa de botequim, onde o assunto preferencial é o futebol? Pois é. Eu gosto de papear nos bares da vida e falar do esporte que adoro sempre que estou com amigos. E sempre vem aquela velha pergunta:
-Qual foi o melhor jogador que você já viu jogar, ao vivo? Sem medo de ser feliz e de desagradar ao interlocutor eu respondo que foi Pelé.

- Pelé não vale, eu não vi jogar. Mande outro.

E novamente sem medo de ser feliz eu mando: Maradona.

- Este também não vale, não é brasileiro e você viu ele jogar aonde? Não vai me dizer que foi lá na Itália?

Não. Vi Maradona jogar no Maracanã, mesmo palco que vi Garrincha, Nilton Santos, Rivelino, claro, vou citar Zico, Leandro e as feras daquele time do Flamengo do início dos anos 80, ou também não vale?

E tem aquela velha história de falar sobre a sua seleção, a seleção de todos os tempos, que sempre provoca desentendimento. Certa vez escalei o melhor time que vi jogar e esqueci de mencionar Gérson, o Canhotinha de Ouro, e o Victor, meu vizinho na época, me esperou na garagem para me dar uma tremenda e justa bronca.

Tentei fugir do assunto, mas o amigo da cadeira de frente não se cansava de perguntar sobre os craques que vi jogar. Tentei desviar o papo e pedi que perguntasse aos outros companheiros da mesa, mas o menino Cássio estava intransigente e não se dava por satisfeito.

- Talvez você queira saber se gostei de algum craque do Fluminense? Perguntei ao jovem parceiro.

- Não, eu quero mesmo saber quem foram os melhores que você viu jogar em sua carreira de repórter.

- Bem aí melhorou um pouco, nesta fase de repórter não teve Pelé, Garrincha, Rivelino, Nilton Santos, Paulo César Lima e alguns outros super craques. Vamos lá.

- Ah! E tem outra, não vale Zico e esta turma que você badala do time dos anos 80. Disparou o menino Cássio.

- Acho que vou escalar o time do Fluminense, da geração Washington/Assis, assim você fica feliz e o assunto se encerra por aqui. Tá bom assim?

Nem precisava resposta, pela cara que o rapaz fez era preciso pensar mais um pouco, respirar para ganhar tempo e pedir uma nova rodada da Boa para a mesa, que aquela altura já tinha gente puxando a cadeira para ouvir a minha seleção e os melhores jogadores que vi jogar.

Fui enrolando, falando do time do Santos, aquele com Pelé & Coutinho, do Botafogo, de Jairzinho, Roberto e Paulo César, do Fluminense 76, do Vasco, campeão de tudo com Juninho Pernambucano & Cia, mas nada disto animou a turma, sim agora era a turma que exigia que eu contasse sobre os melhores de todos os tempos.

Sabe de uma coisa! Bati na mesa gritando. Não vou contar nada, não vou dar uma opinião aqui para ser contestado depois, alguém aqui na roda já fez cara feia quando argumentei que Zidane foi o um dos melhores que vi, ao vivo, nos gramados deste planeta bola. Se Zidane foi contestado o que dirão quando eu colocar Fio Maravilha entre os craques da minha coleção?

Aí a turma se afastou, viu que eu não estava mesmo disposto a queimar fosfato com aquela perguntinha capciosa do menino Cássio (não é o meu editor) e o papo seguiu em frente até o Motta perguntar: “E qual foi o melhor samba enredo que você já ouviu?” Papo para próxima coluna? Sei lá, sabe. O que eu quero agora é cair na folia e fazer meu carnaval na garagem do meu prédio ao lado dos amigos do Armazém do Lenilson.

Comentários

  1. Adílson, companheiro, você esqueceu de mencionar o Lauro Carvalho, craque de primeiro, que só não fez história no Flamengo - onde jogava quando no Rio - porque a família não deixou. Ganhou o Tupã, mas foi uma pena.
    O melhor samba enredo, você pode cantar assim - ^Por que tanta dor, por que tanta dor, nesse dia de alegria. Por que tanta mágoa, nessa noite de fantasia. Eu já chorei, eu já chorei, hoje não choro mais. Vou guardar meu planto, vou cair no samba que hoje é carnaval. Venha você de onde for, nossa escola querida, não tem preconceito de cor. Pois é, tudo isso é beleza, Unidos no Samba e na Cor...Lembra? rrsss ZMA

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  2. É, meu amigo, tua memória está demais, mas fico com este, do Fernando Nascimento: "...fez do seu filho Manoel, o sarcedote mor e dou. Dou terra ao padroeiro, ergueu sua capelinha, primeira linha dos nossos anais." História de Dona Ermelinda, da Unidos de Todas as Cores, no final dos anos 70.
    E Lauro realmente foi meu grande ídolo e amigo, mas sobre ele eu tenho crônica especial. Bom fina de carnaval aí, amigo.

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  3. Um dia cantarão Jair Polaca...abrs

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