UM CAMPEÃO SIMBÓLICO

Este é o Troféu Osmar Santos, que será entregue ao Fluminense FC, pelo diário esportivo Lance!

O Brasileirão vai seguindo, entraremos na 30a rodada a partir de amanhã, sábado, e o primeiro turno já tem campeão, depois de nove rodadas do returno. Um título simbólico é claro, mas com direito ao troféu que leva o nome de um dos monstros do radialismo esportivo brasileiro, Osmar Santos, que foi impedido de trabalhar no auge de sua carreira devido a um acidente automobilístico, que deixou seqüelas graves no narrador.

Eu conheci Osmar Santos no início dos anos 80, na TV Globo/SP, onde ele apresentava o Globo Esporte São Paulo sob o comando do José Maria de Aquino. Fizemos várias vinhetas para a Rádio Princesinha, de Miracema, e tive a melhor impressão do homem e do profissional, que me passou uma imagem de ídolo, simples e humilde.

Mais do que merecida esta homenagem ao locutor aposentado precocemente e agora, no segundo turno, o campeão simbólico leva o Troféu João Saldanha, um outro nome forte do jornalismo esportivo brasileiro e um dos mais ouvidos comentarista de todos os tempos na do rádio e da televisão deste país do futebol.

Bom, mas e os jogos, valeram a pena? Isto é uma outra história. Eu dividi a telinha nos dois jogos, através do multi-jogos da Sky, e pude ver com boa qualidade de imagem, os jogos de São Januário e da Vila Belmiro.

Comentários

  1. Na justíssima homenagem à Osmar Santos, um gol empolgante e esperado, na mais linda narração que um gol já teve, na maior festa que uma torcida já fez. Na narração de Osmar Santos, 95% verossímil, de 2 minutos, toda a emoção que o locutor passou para o torcedor, do gol de Basílio contra a Ponte Preta em 1977.
    Que saudades!
    “ Vamos garotão capricha que o placar não é teu. Eu faço fé nesta cabecinha, garotão Zé Maria.
    Está autorizado, vai chover lá dentro da boca da botija. Barreira com dois homens . Correndo pro pedaço Zé Maria, confusão na boca do gol, tentou Basílio de cabeça, volta pra Vaguinho que chuta na trave, tentou Vladimir, bateu no zagueiro, entrou Basílio e que goooooooool. (Que bonito é as bandeiras balançando e a torcida delirando vendo a rede balançar, tocava a vinheta da rádio Globo).
    Coringão na frente, olha o espetáculo, olha a emoção e a motivação, olha a festa do Brasil, você enche de lágrimas os olhos deste povo, você enche de felicidade o coração desta gente, Corinthians, o grito sufocado de um povo, o grito do fundo do coração de um torcedor, depois de 20 anos a Fiel está explodindo, 22, 23 numa centena de anos, na cabeça do povo, tumultuando o meu povo, o Corinthians vira a explosão, vira o maior espetáculo no território brasileiro, você acima de tudo é a alma deste povo, Corinthians você freia o funcionamento normal da razão, só deixamos fluir a emoção, a gente vai se envolvendo….vendo…..volvendo…envolvendo, quando vê está envolvido, Corinthians. Hoje a cidade é do povo, tem que ter festa alvinegra, hoje é o verdadeiro dia do povo, festa do povo, Basílio no pedaço, Basílio, 37 do segundo tempo, doce mistério na vida este Corinthians, inexplicável Corinthians, que vai buscar alegria no fundo da alma do povo, numa arrancada dududududu peru do ataque alvinegro”.

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  2. Adilson,permita-me colocar uma narração de um jogo de 1951, feita por um amigo, Mario Lopomo.
    Trata-se de tentativa de lembrar, com limitações, alguns trechos de
    um jogo de futebol em suas tardes esportivas teve como concepção uma
    transmissão primitiva de 1951 entre São
    Paulo x Palmeiras. Fiz então um adaptação do primeiro jogo que vi no Pacaembu, usando o modelo do Mario Lopomo.
    Senhoras e senhores, a rádio Panamericana lhes deseja boa tarde. Aqui, o
    próprio da municipalidade, Pacaembu, local do jogo São Paulo x Corinthians,
    nesta tarde de domingo de 2 de dezembro de 1962, que deve
    indicar o vice-campeão paulista do ano.
    O Pacaembu recebe um público apenas regular
    e até a hora do jogo deveremos ter por volta de 18.000 pessoas.
    Vamos às reportagens:
    -Plantão de notícias, Suel Neves Daca, qual a previsão do tempo?
    -Pedro Luís, não teremos chuva esta tarde.
    -Obrigado, Suel,mas neste momento os alto falantes do Pacaembu anunciam as
    escalações das equipes.
    -O posto de serviços Esso e o Guaraná Champagne da
    Antártica anunciam as escalações das equipes para esta tarde….
    CORINTHIANS: Aldo, Augusto, Eduardo, Amaro e Oreco. Cassio e Rafael.
    Felício, Silva, Nei e Lima……..
    SÃO PAULO: Poy, Renato, Jurandir, Dias e Tenente. Cido e Benê. Faustino,
    Prado, Gino e Agenor.
    Adentra agora no gramado, sob intensa vaia, o árbitro da partida Eunápio
    de Queiróz.
    -Alô Pedro Luis….
    -Pois não, Hélio Ansaldo…
    -este árbitro não é de São Paulo e a turma fica brincando com o nome dele,
    chamando-o de Larápio de Queiróz.
    -É brincadeira do torcedor, Hélio, todos sabemos da honestidade do árbitro.
    Muito bem, mas voltando ao público, creio ser definitivo. Pouca gente na
    concha
    acústica, ninguém pendurado na estátua de Davi.
    -Alô Pedro…
    -Quem chamou?
    -Nelson Spinelli, estou aqui no gramado no momento que as equipes entram em
    campo. Os capitães ja se dirigem para o centro do campo onde o árbitro vai
    tirar o toss. Moedinha para cima…ganhou o golkiper Aldo, que escolheu
    defender o gol dos fundos e cabe ao argentino Jose Poy defender o gol dos portões
    monumentais.
    A narração e o final no outro comentário porque excede a quantidade de caracteres.

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  3. Segue esta tentativa de lembrar, com limitações, alguns trechos de
    um jogo de futebol em suas tardes esportivas que teve como concepção uma
    transmissão primitiva, segundo seu autor, Mario Lopomo, de 1951 entre São
    Paulo x Palmeiras. Então segue abaixo o primeiro jogo vi no Pacaembu.
    Senhoras e senhores, a rádio Panamericana lhes deseja boa tarde. Aqui, o
    próprio da municipalidade, Pacaembu, local do jogo São Paulo x Corinthians,
    nesta tarde de domingo de 2 de dezembro de 1962, que deve
    indicar o vice-campeão paulista do ano.
    O Pacaembu recebe um público apenas regular
    e até a hora do jogo deveremos ter por volta de 18.000 pessoas.
    Vamos às reportagens:
    -Plantão de notícias, Suel Neves Daca, qual a previsão do tempo?
    -Pedro Luís, não teremos chuva esta tarde.
    -Obrigado, Suel,mas neste momento os alto falantes do Pacaembu anunciam as
    escalações das equipes.
    -O posto de serviços Esso e o Guaraná Champagne da
    Antártica anunciam as escalações das equipes para esta tarde….
    CORINTHIANS: Aldo, Augusto, Eduardo, Amaro e Oreco. Cassio e Rafael.
    Felício, Silva, Nei e Lima……..
    SÃO PAULO: Poy, Renato, Jurandir, Dias e Tenente. Cido e Benê. Faustino,
    Prado, Gino e Agenor.
    Adentra agora no gramado, sob intensa vaia, o árbitro da partida Eunápio
    de Queiróz.
    -Alô Pedro Luis….
    -Pois não, Hélio Ansaldo…
    -este árbitro não é de São Paulo e a turma fica brincando com o nome dele,
    chamando-o de Larápio de Queiróz.
    -É brincadeira do torcedor, Hélio, todos sabemos da honestidade do árbitro.
    Muito bem, mas voltando ao público, creio ser definitivo. Pouca gente na
    concha
    acústica, ninguém pendurado na estátua de Davi.
    -Alô Pedro…
    -Quem chamou?
    -Nelson Spinelli, estou aqui no gramado no momento que as equipes entram em
    campo. Os capitães ja se dirigem para o centro do campo onde o árbitro vai
    tirar o toss. Moedinha para cima…ganhou o golkiper Aldo, que escolheu
    defender o gol dos fundos e cabe ao argentino Jose Poy defender o gol dos portões
    monumentais.
    A narração dos gol a seguir por causa do excesso de caracteres.

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  4. Bola no centro do campo. Vai ser dada a saída. ( narração somente dos gols )
    Dá a saída o São Paulo, bola com Bene, que atrasa para o lateral direito
    Renato e este vira o jogo para Tenente. Recebe Tenente e vê Benê desmarcado
    pela meia, enfia no vazio, mas entra Eduardo e afasta a bola para a lateral.
    …..Lateral batido, bola com Faustino que passa por Oreco e pára. Parou e
    olhou, olhou e virou e lança sensacionalmente Benê que entra pela grande
    área e é derrubado por Amaro. Eunápio dá pênalti. Indiscutível. O pé de
    apoio do Benê foi tirado e o meia sãopaulino caiu já perto da marca do
    pênalti. Atenção……
    Bate Benê, espaaaalma Aldo, volta para Benê e é goooool do São Paulo.
    É dada nova saída , bola lançada para Silva que é prensado duramente por
    Jurandir e cai. Silva levanta e dá uma cotovelada no Jurandir. Bololô em
    campo…
    Mas Eunápio expulsa Silva.
    Reiniciada a partida , bola com Dias que avança pelo meio do campo e toca na
    esquerda para Agenor. Agenor recua para Prado , Prado para Gino, que volta
    para Prado e vê Benê se enfiando e lança Benê que fica cara a cara com Aldo
    e atira e é goooool do São Paulo, de Benê.2 x 0 no placar para o tricolor.
    40 minutos do primeiro tempo, Cassio recupera a bola e toca para Nei que
    finta Jurandir e lança na ponta para Lima que passa por Renato e quase sem
    ângulo chuta…a bola passa entra a trave e o goleiro Poy. Gooooool .
    Diminue o Corinthians.
    Fim do primeiro tempo, 2 x 1 para o São Paulo.
    Esta á rádio Panamericana, neste domingo esportivo, presente de Pirelli,
    pois Pirelli é mais pneu. Também presente de Lonas Locomotiva, que cobrem os
    caminhões que rodam pelas estradas brasileiras, produto do brim Coringa. Que
    vai de, sol a sol, que fabrica as famosas calças rancheiro.
    - Alô São Paulo.
    - Fala Rio!
    - Pedro, começa no maior do mundo o FlaxFlu
    - Obrigado. Narciso.
    E agora, antes dos comentários de Mário Moraes, vamos aos reclames de Alka Seltzer, Kolynos e Eucalol.
    Senhores ouvintes da Pan, aqui é seu amigo Mário Moraes. Ainda bem que não tivemos uma senhora pelada.
    Tivemos neste primeiro tempo um jogo de uma equipe
    só, com o São Paulo tomando conta das ações e o resultado só poderia ser
    sair com a vitória parcial. Quem desequilibrou o jogo foi o Benê com sua
    incrivel categoria no meio de campo. Fez jogadas avançadas e acabou fazendo
    os dois gols do jogo. A única estocada corintiana foi um arremate do Lima
    da linha de fundo. Aqui do lado das numeradas alguns torcedores corintianos
    estão se virando para as cabines de rádio e estão vaiando o Geraldo Bretas.
    Mas Wilson Brasil está tentando contornar a situação.
    - Vai começar a segunda etapa, volta com vocês Pedro Luis.
    Obrigado Mário, tudo pronto, 2 x 1. Bola rolando…….4 minutos do segundo
    tempo, bola
    lançada na área do São Paulo, Rafael passa por Dias e vai chutar mas foi
    calçado por Tenente e cai na área. Pênalti. Eunápio dá pênalti.
    Cássio bate e é goooool. 2 x 2 , empata o Corinthians. Nada pôde fazer o
    guarda-valas Poy.
    O Corinthians tenta de todas as formas desempatar a partida, mesmo com um
    jogador a menos.
    41 minutos do segundo tempo, bola com Cássio que passa para Rafael que chuta
    e espaaaalma Poy, mas a bola volta para Nei, que de cabeça…gooooool do
    Corinthians. Vira o Corinthians o jogo para 3 x 2. A seguir o final da narração

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  5. Final da narração
    E Pedro Luis quase
    encerrando a transmissão: ” O futebol brasileiro é fantástico e proporciona
    jogos memoráveis pelos gramados do mundo.”
    Caros ouvintes, não deixem de ligar o rádio todos os dias as 18h no seu
    programa Corinthians em Marcha, com Otávio Muniz, na sua rádio
    Panamericana.
    -Rubens Spinelli, qual o tempo de jogo?
    -Já não há mais tempo para nada Pedro, o juiz encerra o prélio.
    Reportagens de campo com Rubens Spinelli e Otávio Muniz.
    -Pedro?
    -fala Spinelli.
    -Estou aqui com o argentino Poy: Ojalá tenga outra chance contra
    Corinthians, disse Poy.
    -Otávio?
    -Estou com Cassío que fala sobre o gol. Peguei bem na bola e deu para
    enganar o Poy na hora do pênalti.
    Estamos encerrando os trabalhos aqui do campo, Pedro.
    - Pedro?
    - fala Suel Neves Daca.
    - Acabou também em Campinas……
    - Notícias da UPI: Em Santiago, o Coco Colo…..
    Abs

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  6. Afinal, Gilberto, o juiz foi Eunápio ou Larápio naquele jogo ? Deu aquela forcinha, que o Corinthians tinha de sobra naquele tempo, ou não foi preciso ?rss

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  7. Trabalhei com o grande Osmar Santos, um irmão. Ainda não apareceu alguém próximo dele nas narrações, e não sei se aparecerá. Estamos sempre nos encontrando, e comemorando o aniversário dele, no dia 28 de julho, junto com minha tia Antônia, graças 'as providências da amiga comum, Lídia Andreato, na mesma época apresentadora da TV Globo, aqui em Sampa, e que agora, cansada da cidade grande, se mandou para o interior de Minas, sua terra na natal (não direi a cidade), falando que em definitivo, mas acho que volta logo, porque é mais difícil viver sem o barulho da cidade grande do que no sossego das cidadezinhas...Zé Maria

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  8. As pessoas que não acreditam em Deus ou que dizem que ele não é sempre justo, que reclamam de alguma coisa que queriam e não obtiferam, não sabendo que receberam algo maior, melhor...Para essas pessoas costumo dizer - avisando que estarão erradas -que se querem um exemplo do que chamam injustiça usem o que aconteceu com o grande Osmar Santos. Digam que Deus poderia ter tirado braço, perna, o que fosse dele, menos a voz, o instrumento com o qual exercia com maestria sua profissão. Mas alertava uma vez mais que estariam errando, por que Ele, me só Ele sabe o que faz. ZM

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  9. Convivi também com João Saldanha. Poderia enumerar aqui ^n^situações ue revelam o cara que era, mas vou lembrar apenas uma, por enquanto. Em agosto de 80, voltando de Moscou, parei na Espanha para ver jogos de times brasileiros por lá. Um deles foi do Flamengo, no sul. O jogo seria no domingo e no sábado, no hotelzão que estávamos, pertinho de uma pequena cidade, estava marcada uma corrida de touro numa pequena arena. Saldanha soube, perguntou se eu conhecia tourada, disse que não e ele me convidou para ir ver a corrida daquela tarde. Fomos - a cidade ficava uns 30 minutos do hotel. Lá ele me ensinou que tourada não é um cara amarradinho numa rouba apertadinha tentando matar um touro. Era...

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  10. Isto merecia um post especial, será que os dois concordm?
    Adilson Dutra

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  11. Daria uma bela coluna no domingo, aqui no jornal O Diário, onde escrevo algumas linhas. Que tal?

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  12. Uma tourada em si é dividida em tres fases chamadas tercios. a) tércio de varas, b) de bandeirilhas, c) tercio de muerte.
    No primeiro tercio o touro é recebido por seu matador secundado pelos demais toureiros. O matador usa uma capa chamada capote, que tem o formato de im trapézio, com a cor rosa choque. São executados passes de capote, especialmente as veronicas - quando o toureiro usa o capote como se fosse uma saia e roda quando o troro investe. H´[a outros lances executados. O mais ousado é chamado de faroles. Em seguida, dois lanceiros entram a cavalo, são chamados de picador. Nome dado porque o cavaleiro atinge o touro com uma lança, picando-o na região dorsal e lombar. Nesse tercio cabe aos matadores também usarem o capote para atrair o touro na direção do cavalo e do cavaleiro. Cavalo e cavaleiro esperam sem poderem ultrapassar uma linha regulamentar em forma circular, pintada na arena. Quando o touro ataca contra eles acontece a ação do picador. Uma vez ferido o touro, o juiz que preside a tourada dá ordem para a saída dos cavaleiros e a entrada dos banderilheiros.
    Começa o segundo tercio, o de banderilhas...
    Ufa, vou 'a sauna e volto. rrss ZM

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  13. Lembro-me dos anos 60 e 70, anos que o Corinthians não tinha força na Federação Paulista, tinha somente a força dos truculentos guarda-costas de Wadi Helu. Ouvi dizer que no início dos anos 50 o Corinthians ganhava na latinha ( apito ). Então, não vamos nos esquecer desses 20 anos, entre 60 e 70.
    Este ano por causa de uns erros a favor do SCCP parece que todo o Brasil começou a gritar. E para ser pênalti hoje para este atual arremedo de time, o zagueiro vai ter que deixar o atacante agonizando.
    Quando a ajuda é dada para os outros times ao longo dos anos, em decisões importantes, todos esquecem.
    Já cansei de dizer das indiscutíveis ajudas nas conquistas da Libertadores do SPFC.
    O Vasco em certos tempos ganhava de qualquer jeito em São Januário. O Fluminense era o rei do Tapetão. O Santos, mesmo com Pelé e Coutinho era escandalosamente ajudado.
    Coitado do Eunápio de Queiróz....rs
    Está certo que o SCCP ganhou a Copa do Brasil de 2002 com erro de arbitragem. O pênalti para o Corinthians dado pelo argentino Castrili faz os anti urrarem ainda, passados já 15 anos.
    abs

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  14. Adilson, se me permitir, queria colocar sobre os bordões dos radialistas. Já mandei para muitos mas gosto de ver de novo porque o rádio me encantou e ainda me encanta.
    Segue os bordões:
    Ah, os bordões… Cada locutor cria os seus ou melhora outros.
    Abaixo alguns radialistas famosos do Rio e de São Paulo e seus bordões:

    VALDIR AMARAL – O relóóógio maarcaaa….
    Quando alguém ia bater uma falta, o Waldir narrava assim: o
    visual é bom! Tem bala na agulha o Roberto Dinamite! Apontou atirou e é gol. Depois que saía o gol, ele continuava: choveu na horta do Vascão, Roberto! Dez é a camisa dele! Indivíduo competente o Roberto! Tem peixe na rede do São Cristóvão.
    JORGE CURI – teeeeeempo e placaaaarr no maaaiooorrr do muuuuundoooo!!!
    MARIO VIANNA – o comentarista de arbitragem que, por sua vez, dizia:
    gooooool legal. Sou Mário Vianna com dois enes.
    Quando o Juiz invertia uma marcação e Mário Vianna era solicitado pelo
    narrador para opinar, ele urrava pelo microfone da rádio Globo:
    Errrrrrrroooooooouuuu!Errrrrrrroooooooouuuu!
    Se algum árbitro apitasse mal uma partida, Mário Vianna
    dizia: “hoje este juiz vai comer carne de pescoço”. Sem esquecer que,
    quando havia um impedimento, Vianna gritava na cabine da Globo: banheira!.
    Fora do contexto, uma história sobre Mário Vianna. Ele era forte como um touro e pertencia a Polícia Especial, que foi extinta e era conhecida pela violência. Quando atuava como Juiz ao terminar uma arbitragem desastrosa, favorecendo ao Botafogo (diziam que era o clube para quem torcia) alguém foi avisá-lo: Mário não saia agora do vestiário, a torcida está enfurecida aí fora a sua espera, no que Mário respondeu: Pois bem, avise a torcida que ela é que tem de se preocupar porque daqui a pouco eu vou sair!
    DOALCEI CAMARGO – Lá vem Zico, disparooooooouuu… É gooolll!!!!
    ODUVALDO COZZI – para o então reporter que ficava atrás do gol:Fala ô Valdir.
    CELSO GARCIA -com o seu famoso bordão: atenção garoto do placar do
    Maracanã coloque um para o Vasco, zero para o São Cristovão.

    FIORI GIGLIOTTI – Uma das lendas do rádio esportivo brasileiro, abria
    suas
    transmissões com o bordão: ‘Abrem-se as cortinas do espetáculo. ’Fiori pode ter sido o maior narrador de gols de Pelé, e a narração característica era: Atenção, desce Pelé , é fogo……goooool, uma beleeeeeza de goooool torcida brasileira.
    PEDRO LUIS – fez sucesso narrando na Copa do Mundo: “É fabuloso este futebol brasileiro. Quantas vitórias consegue pelos gramados do mundo.” Conseguia com poucas palavras vislumbrar o panorama da jogada. Pedro Luiz, foi altivo, narrou normalmente a derrota do Brasil na copa de 1950 sem deixar transparecer nada. Elogiou os uruguaios legítimos campeões.
    OSMAR SANTOS – Extremamente ágil e tecnicamente perfeito nas narrações, ganhou notoriedade pelos jargões que caíam facilmente na boca do povo, tais como ‘ripa na chulipa e pimba na gorduchinha’, ‘é lá que a menina mora’, ‘é fogo no boné do guarda’, ‘pisou no tomate’ e ‘bambeou mas não caiu’. Sem falar, é claro, do inesquecível ‘iiiiiiii que golllllllllllllllll’, a cada vez que a bola balançava as redes. No auge, chegava a pronunciar 100 palavras por minuto sem engasgar nenhuma vez. A dramaticidade que impunha a cada lance era capaz de prender o ouvinte durante a partida inteira.
    EDSON LEITE – O meu cronômetro marrrrrca….1o tempo..1 x 0…o Palmeiras vence.
    Bola com Dorval, que passa para Pelé que atira para o
    arrrrrco….seguuuuura Valdir.
    Os famosos Jose Carlos Araujo e Jose Silverio não estão aqui relacionados porque estão em evidência.
    Gilberto Maluf

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  15. Os radialistas do Rio e SP – E-mail entre carioca e paulista
    On 8 de fevereiro de 2008, In Artigos-Gilberto Maluf, Blog Historia do Futebol, By Gilberto Maluf

    E-mail do Carioca Jairo
    Na década de 50 a emissora que somente tratava de esportes era a extinta
    Rádio Continental e onde trabalhava Oduvaldo Cozzi. A emissora mais potente
    era a rádio Nacional, ( a TV Globo da época) líder absoluta de audiência. Os
    titulares eram Antônio Cordeiro e Jorge Cury. Era uma transmissão difícil
    porque um deles ficava com a defesa e outro com o ataque, de cada um dos
    times. Quando a bola passava do meio de campo o outro assumia e creia eles
    não se atrapalhavam. Luiz Alberto era o terceiro na hierarquia daí vc.
    estranhar o nome.
    Orlando Baptista e Jorge Cury eram os que tinham a vozes mais possantes.
    Orlando Baptista não se destacava tanto porque talvez fosse negro e ainda
    ainda como conseqüência trabalhava numa emissora fraquíssima que eu acho que
    nem existe mais: a Rádio Mauá, com o slogan: a emissora os trabalhadores.

    Eu quando garoto adorava a transmissão do Jorge de Souza e não gostei quando
    ele sumiu. Só depois e agora vc. confirmou soubemos que tinha ido para a
    capital da Paulicéa. Era como tratavam a capital de S. Paulo

    Gilberto o n. de bons locutores era tão grande e bom que esqueci do meu
    amigo, Celso Garcia, com o seu famoso bordão: atenção garoto do placar de
    Maracanã coloque ( o placar era manual) um para o Bangu, zero para o
    Corinthians. Pelo menos na narrativa o Bangu venceu. Gostou da brincadeira?
    Um abraço,
    JLS

    E-mail do Paulista Gilberto
    Mas de São Paulo eu tenho muitas saudades de Edson Leite. Eu não esqueço suas narrações
    do tipo: O meu cronômetro marca…. 20 minutos …placar no Pacaembu…1 x 0 , O Santos vence.
    A copa do mundo de 1958 teve editado um Long Play com trechos de jogos com o Edson Leite. Relembrando dois lances e os tipos de narração:
    1)Bola com Fontaine que atira para o arrrrrco…seguuuuura Gilmar. Monumental defesa de Gilmar.
    2) Bola com Didi, que passa para Pelé que atira para o arrrco…e….gooooooool. Magistral gol de Pelé.
    Este Long Play ainda trouxe as músicas da vitória, com os bordões da época: Aleguá, Aleguá, Hurrra, Hurra, Brasil. A música tinha a seguinte letra: Verde amarelo cor de anil…são as cores do Brasil…..vencemos o mundo inteiro….maior no futebol é o brasileiro. Salve a CBD, jogadores, diretores, salve ò raça varonil campeão do mundo…Brasil.
    Já Fiori Gigliotti tinha estilo peculiar e o diferente era quando
    tínhamos escanteio. Aí quem narrava era o repórter de campo, normalmente o
    Roberto Silva, o “Olho Vivo”.Como eu sempre digo: quem viveu a sua juventude nos anos 40/50,
    certamente têm muitas saudades. Eu peguei apenas um trechinho. Mas foi bom.
    Grande abraço
    Gilberto Maluf

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  16. Estou me deliciando com suas histórias, Gilberto Maluf, no blog acima citado. Realmente uma pérola para ser guardado e deveria ser repercurtido em centenas de veículos brasileiros, ainda temos amantes do rádio por todos os cantos.
    Até hoje me param nas ruas de Campos e do nosso noroeste fluminense, para que eu conte causos e histórias dos companheiros, os mais simples, aqueles que tem a companhia da "caixinha que fala', mas não podem sair de seu canto, me perguntam como é,ou eram, Jorge Curi, Valdir Amaral, Doalcei e tantos outros, o José Carlos eles assistem na Band e conhecem bem a turma da Globo, mas os da antiga eles jamais viram, só ouviram. E a prosa com eles é divertida e sadia, vou pegar tudo isto, e somar com as que ouço do Zé Maria, e levar prá turma lá da terrinha.
    Valeu.
    Tenho certeza de que o Ademir Tadeu deve estar se deliciando com estes textos.

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  17. Voltei da sauna. rrssss
    O segundo tercio, ^^de bandeirilhas^^. Começa com a colaboração de dois ou três pares de banderilhas na região dorsal do touro.. A ação mais frequente é chamada de ^^poder al poder^^, é quando touro e e banderilheiro correm um na direção do outro. Essa ^^suerte^^ ou tércio é a única parte de uma tourada executada a cuerpo limpio (corpo limpo), onde o banderilheiro tem nas mãos apenas o par de banderilhas e enfrenta o touro usando apenas sua astúcia
    O terceiro é o tercio de muerte. Nele o toureiro executa a ^^faena^^, a parte mais importante da tourada, quando o toureiro fica mais perto do touro fazendo-o passar seguidamente por sua capa vermelha, demonstrando agilidade, astúcia e muita coragem. Ali, de acordo com seu estilo e empenho, o toureiro pode se consagrar ou não....ZM

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  18. Se o toureiro sai-se bem, o juiz presidente manda tocar a música e a banda da praça de touros executa um daqueles passo-dobles toureiros.
    Vale lembrar que o toureiro tem um tempo limite para matar o touro. Ele recebe avisos por apitos advertindo-o sobre o tempo que lhe resta.
    Tendo uma boa atuação, o toureiro pode receber como troféus - uma orelha do touro, duas orelhas e até o rabo do touro. O pedido para que ele recebe os troféus é feito pelo público que agita lenços brancos. O juiz presidente autoriza ou não a premiação. Cada pedido do público é para um troféu. Se o juiz presidente autoriza uma orelha e o público acha que ele merece as duas, pede a outra, depois o rabo...
    Quando recebe duas orelhas em uma mesma corrida, ainda que uma em cada um dos seus dois touros, o toureiro sai pela chamada ^^porta grande^^, que é a porta momumental da praça, carregado nos ombros do povo. É a consagração máxima...
    João Saldanha me ensinou tudo isso naquela tarde de sábado, no interior da Espanha, na véspera de jogo do Flamengo...Grande João.
    abraço Adílson. Vamos montar uma praça de carneiros no alto do cruzeiro, onde ra o campo de aviação, de tão triste história. rrss ZM

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  19. Já falei lá, um verdadeiro tratado sobre o assunto. Os pobres neófitos agradecem.
    abs

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  20. Escrito por João Saldanha, ao vivo, naquela tarde de sábado, e pelo amigão Edgard Ortiz (corintiano de boa linhagem), em páginas do livro Paixão Flamenca.
    Sirva-se, Adílson. Seria um prazer

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  21. Encerrando o assunto....

    E não gritavam gol de jeito nenhum


    As pessoas criticam o Galvão Bueno – e eu me incluo nesse “as pessoas” mas justiça seja feita, o Galvão Bueno grita “gol”. Hoje em dia, isso parece não fazer muita diferença, pois acho que todos os locutores esportivos da televisão gritam gol – desde que, é claro, estejam narrando um jogo de futebol que não termine em 0 x 0. Mas houve uma época, quando eu era garoto – e daqueles garotos que adoravam futebol e assistiam todos os jogos – que os locutores não gritavam “gol”.

    Confesso que não sei se era moda, se era para ser diferente – e então todos queriam ser diferentes – mas nenhum locutor esportivo gritava “gol”. Cada um inventava alguma coisa para dizer na hora do gol, que podia ter de tudo, menos a palavra “gol”. Parece coisa de maluco, mas era assim no final dos anos 60, início dos anos 70.

    Um dos mais absurdos era o Fernando Solera, da TV Bandeirantes de São Paulo. Eram raras as transmissões do Solera que chegavam ao Rio, mas, quando passavam, era muito estranho ver um gol e o sujeito gritar “o melhor futebol do mundo no treze”. Só isso. Nada de gol. A bola entrava, ele berrava “o melhor futebol do mundo no treze” ao invés do grito de gol. Pior que ele, talvez só o locutor da TV2 Cultura de São Paulo, que na hora do gol gritava “esporte é cultura!!!”. Assim mesmo… Imaginem a narração: “lá vai Toninho, entrega para Pelé, chutou… esporte é cultura!!!”.

    Ainda em São Paulo, havia o Alexandre Santos, eterno locutor da Bandeirantes. A bola entrava e ele gritava “guardou!!!!”. De vez em quando se empolgava: “guardooooooou! Certinho, certinho!”. E não era na rede, era no balaio. “Guardou! Tá no balaio, Chico!”. Não, Chico não era nenhuma gíria, era um repórter que ficava no campo e explicava a jogada depois que o Alexandre dizia que o sujeito guardou no balaio.

    No Rio, a TV Tupi tinha o José Cunha. Era um bom locutor, sóbrio, preciso. Mas também não gritava gol. Era “tá lá”. Um “tá lá” muito estendido, alto, longo. Mas não tinha a palavra gol. “Zanata… Olha aí o Dionísio… Limpa… Tá láááááááá! Dionííííísio!!! Depois de uma jogada espetacular do Zanata! Agora Flamengo HUM, Vasco da Gama zero!”. Eu escrevi o “um” como sendo “hum”, tipo cheque, porque o José Cunha se empolgava tanto ao pronunciar o “um” (acho que ele adorava monossílabos) que parecia que estava falando “hum”.

    Mas o melhor de todos era o inesquecível Geraldo José de Almeida. Foi o locutor da TV Globo no Tri. Narrações pomposas e empolgantes. Autor de diversos apelidos para os nossos craques. Esse era fantástico. Gritava, se emocionava. “Linda linda linda”, ele dizia quando a jogada era bonita. “Que é que é isso, minha gente?” era a frase quando acontecia um erro. “Que bola bola” para um passe bem dado. “Ponta de bota” para chute com o bico da chuteira.

    E não gritava gol… Era “olhalá olhalá olhalá olhalá no placarrrrrrrrr”. Esse “r” final era repetido à exaustão. Devia beber um gole d’água a todo momento, para ficar com a garganta molhada e pronunciar bem os erres. Se hoje as pessoas brincam com o Galvão Bueno por causa do “Ronaldinho”, o “r” do Geraldo José de Almeida dava de dez… “Gerrrrrrrson, o canhotinha de ouro”. E tinha o jogador que o Geraldo mais gostava, que era o Roberto Dias, do São Paulo, porque tinha dois erres no nome . “Ponta de bota de Rrrrrrrrrrrroberrrrrrrrrrrrrrrtão Dias!”. Saudades do Geraldo.

    Havia outros locutores esportivos com expressões estranhas para substituir o “gol”. Lembro-me de um que gritava “barrrrbaaaaaante!” quando a bola entrava, mas não me lembro o nome dele. Enfim, acho que tirando o Luiz Mendes e o Walter Abraão, que pelo que me lembro ainda usavam a anacrônica palavra “gol”, todos os outros tinham sua expressão característica e não gritavam “gol” de jeito nenhum…

    Acho que depois que o Geraldo José de Almeida morreu, em meados dos anos 70, e o Luciano do Valle passou a narrador da Globo, o grito de gol voltou à televisão. O Galvão substituiu o Luciano na Globo, e também grita gol.

    www.dourado.eti.br

    continua.....

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  22. .....Adendo ao texto:

    A narração de futebol naqueles anos 60 até parte dos 70 reuniam, pelo menos em S Paulo, profissionais de escol, de personalidade, carismáticos, precisos, vibrantes, emocionantes. Haroldo Fernandes na Tupi, Fiori Giglioti na Bandeirantes, o grandíssimo Pedro Luís na Nacional, Joseval Peixoto na Panamericana/Jovem Pan, Milton Peruzzi na Rádio Gazeta; comentaristas e repórteres de campo da qualidade de Leônidas da Silva, Cláudio Carsughi, Mário Moraes(O Melhor de Todos, sem dúvida!), Hávila Machado, Orlando Duarte, Mauro Pinheiro, Eli Coimbra, Sérgio Baklanos, Roberto Petri(Locutor, Reporter e também comentarista, em épocas diferentes!), Chico de Assis, Raul Tabajara, Sílvio Luís(então reporter de campo), Rubens Petti, Peirão de Castro(Narrador e antes reporter de campo), Edson Bolinha Cury(Reporter de Campo, sim senhor! na Excelsior!), Roberto Silva, reporter Olho Vivo da Bandeirantes, Geraldo Blota, que fazia uma dupla espetacular com o narrador Jose Italiano . Recordar é viver, é não esquecer o passado, é respeitar a história.
    P Lima Haddad

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