O CRUZEIRO DE ZEZÉ É MEU FAVORITO

Confesso que chorei após o jogo no Parque Sabiá, em Uberlândia. O gol de Wellington Paulista, que deu a vitória ao Cruzeiro sobre o Fluminense, foi assistido na janela da varanda da casa de minha filha, Gisele, de onde, há alguns meses atrás, vi outro jogo deste mesmo Cruzeiro pelo Brasileiro de 2009, ao lado do José Ricardo Andrade, o meu amigo Zezé, noivo de Cris, irmã de meu genro Adalberto.

Neste dia ensinava ao fanático cruzeirense, tesoureiro e membro ativo da torcida Máfia Azul, em São João Del Rey, um pouco da história de seu clube. Falava de Ayrton e Zezé, os irmãos Moreira, nascidos em Miracema, que escreveram seus nomes na trajetória vitoriosa do time estrelado. O primeiro, Ayrton, comandante da máquina azul dos anos 60 e campeão da Taça Brasil, o primeiro titulo nacional do Cruzeiro E.C, de Belo Horizonte.

Zezé ficou encantado em saber que o seu xará, o Zezé Moreira, era o treinador do primeiro titulo internacional do clube mineiro, a Libertadores, em 1976, quando Jairzinho comandou o time na primeira conquista de um brasileiro treze anos após a última conquista do Santos FC, de Pelé e Cia ltda.

Falamos do acidente que tirou a vida do ponteiro Roberto Batata, ponteiro arisco e inteligente, que só perdeu para o trânsito louco das estradas mineiras. “Eu não me lembro do Seu Zezé, mas do Roberto Batata já ouvi muitas histórias”, dizia José Ricardo Andrade ou simplesmente o Zezé, apaixonado pela vida e pelo seu Cruzeiro, sem saber que este mesmo trânsito louco nestas mesmas estradas perigosas estradas mineiras, o tiraria do nosso convívio para sempre.

No domingo sentimos a sua ausência, não pela distancia entre Campos x São João Del Rey, ou São Sebastião da Vitória, onde morava o amigo, mas por sua partida precoce, apenas vinte e oito anos bem vividos, da mesma forma trágica e lamentável que tirou Roberto Batata do ataque cruzeirense, um terrível acidente nas imediações de Lavras, levou Zezé para o Oriente Eterno.

Ao ver o Cruzeiro entrar em campo, contra o Fluminense, no domingo, senti um vazio no peito e me peguei, intimamente, torcendo por uma vitória mineira para homenagear o amigo que se foi no final do mês passado.

E por isto já escolhi o meu favorito ao título deste ano: Cruzeiro EC do meu saudoso amigo José Ricardo Andrade, o Zezé, que de onde estiver estará vibrando intensamente com mais uma conquista do seu time do coração.

Comentários

  1. Adilson, a vida nos prega situações e momentos que na maioria das vezes não estamos preparados. O seu relato é triste e de tamanha coincidência com a morte do Roberto Batata, que veio a falecer aos 26 anos, em 13 de maio de 1976, e faria 27 anos em 24 de julho do mesmo ano. Que Deus o tenha em um bom lugar e dê força aos familiares por tamanha perda. abrs

    ResponderExcluir
  2. Vivemos isto ano a ano meu caro Tadeu, a gente sofre com perdas incríveis, como a do grande amigo Gustavo, que foi levado ainda cedo demais do nosso convívio. Pessoas alegres, desportistas e com uma vida inteira para produzir, mas ELE quis assim e eu respeito tudo aquilo que DELE vier.
    Lamentável, porém...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Fla quebra rotina

Carioca 2023 -

Eis a minha seleção