FUTEBOL NO RÁDIO AINDA MEXE COM A GENTE

Waldir Amaral formou com Jorge Curi a maior dupla de narradores do Brasil.

Sempre gostei de recordar o belo momento vivido pelo rádio esportivo nas décadas 60,70 e 80, quando brilhou intensamente nas transmissões dos grandes jogos e foi o principal fornecedor de material para os jornais diários e de notícias para os apaixonados pelo futebol, que não dormiam antes de ouvir o Panorama Esportivo, da Rádio Globo, que começava às 23 e encerrava antes do Seu Redator Chefe, à meia noite.

Belos momentos, sem dúvida alguma, e desafio: Quem nunca colocou um radinho de pilha no ouvido para acompanhar os jogos no estádio ou até mesmo nas transmissões da TV Rio, que cobria o Campeonato Carioca no início dos anos 70? Isto mesmo, você, que me lê agora, era um destes apaixonados pelo rádio e fã incondicional de Jorge Curi, Waldir Amaral, Doalcei Camargo ou Clóvis Filho, citando os mais antigos, ou José Carlos Araújo, Edson Mauro, Luis Penido para ficar com os mais novos.

Hoje, no caderno esportivo de O Globo, a crônica de Bruno Mazzeo, que está se revelando um grande cronista esportivo, fala sobre o rádio e seus ídolos, quase os mesmos citados aqui no início deste texto, mas Bruno ainda relembra os engarrafamentos das ruas cariocas e a companhia do radio do carro para não se estressar. “Saí do hospital, onde fui visitar meu pai (Chico Anísio) e no engarrafamento redescobri o rádio”, diz ele.

E por aqui faço você lembrar os “Trepidantes” da Globo ou dos “Craques da Bola”, da Nacional ou a dupla dinâmica da Tupi. Washington Rodrigues, Denis Menezes, Kléber Leite, Iata Anderson, depois vieram os campistas Eraldo Leite, Elson Venâncio e Cláudio Perrot, porém, tem sempre um porém, a dupla Washington/Denis é insuperável, pelo menos no meu ponto de vista.

Bola rolando no Maracanã e cartão de loteria na mão esperando o tiriri-tiriri da Globo e a chegada de Jairo de Souza, o melhor plantonista de todos os tempos, com os detalhes e as zebras da Loteria Esportiva, que vinham sempre antes dos comentários de Ruy Porto, João Saldanha ou Luis Mendes, no intervalo e no final dos jogos do domingo.

Futebol na televisão não tem preço, principalmente agora, nos anos 2000, quando o sinal digital se espalhou e as câmaras de alta definição chegam aos estádios e nos coloca frente a frente com os jogadores, torcida e dissipa as dúvidas dos lances capitais em segundos.

Não dá mais para pegar o radinho e colar no ouvido, a diferença entre som e imagem é de cinco segundos e quando o som chega a imagem já nos deu todo o desenrolar do lance. Mas bate uma tremenda vontade de ouvir José Carlos Araújo, o remanescente da era de ouro do rádio brasileiro.

Lá na terrinha (Miracema) captava bem as emissoras de São Paulo, já disse isto aqui em outras crônicas, e ouvir Fiori Gillioti era bem legal. Fiori era diferente dos cariocas Jorge Curi ou Waldir Amaral, era mais classudo e vibrante como eles, diga-se de passagem.

Antes de vir para cá me inspirei em Osvaldo Maciel, um narrador prá lá de vibrante, da Globo/SP e as reportagens de Henrique Guilherme e Roberto Carmona me ensinavam como trabalhar em um jogo de futebol.

Correr atrás da notícia, sempre, informar em primeira mão, sempre, e jamais deixar o ouvinte tentando mudar de estação para saber o que acontece nos bastidores. Os repórteres paulistas me marcaram muito mais do que os companheiros do Rio.

Hoje farei como Bruno Mazzeo, vou ligar o radinho para ouvir o clássico carioca e ver como é que andam os companheiros de hoje. Rádio é a emoção maior do futebol.

Comentários

  1. Muito boa a crônica. Ainda tenho na lembrança os bons momentos do rádio que também curti na infância a partir do final da década de 70. Vc citou só feras do rádio, tanto os narradores, os comentaristas e os repórteres de campo. Vou citar mais alguns que também tinham a sua importância: Loureiro Neto (cobria o Vasco), Gilson Ricardo (cobria o Botafogo), Fernando Carlos (cobria o Fluminense), Cezar Rizzo, Antonio Porto, Zildo Dantas (cobria o Flamengo) se lembra da vinheta: "nem o sol cobre melhor o Flamengo", Ronaldo Castro, o saudoso e flamenguista Danilo Bahia, o saudoso tricolor Afonso Soares, José Cabral (o moço da maricota) e tantos outros que deixaram o seu nome marcado na história do rádio esportivo. Ainda guardo na memória o que dizia Waldir Amaral ao iniciar a transmissão: "você ouvinte, é a nossa meta, pensando em você é que procuramos fazer o melhor". Quantas saudades!

    ResponderExcluir
  2. Pô, cara. Você lembrou de todo mundo. Eu fiz um exercício de memória e não encontrava os nomes. Só me lembrei do melhor amigo do rádio carioca, Danilo Bahia, mas ele já do tempo de Campos, quando a gente se via no Maraca, Godofredo e Arizão. "De Bambui (MG) para o mundo", dizia eu quando o encontrava, de delá vinha: "De Miracema para o planeta bola", na voz bonita do mineiro Danilo Bahia. Um baita repórter e uma baita saudade.
    Mas você lembra um que não passa por aqui, Gilson Ricardo, mas este pessoal é o que havia melhor no rádio brasileiro.
    Valeu, Tedeu.

    ResponderExcluir
  3. Lembrei do meu berço encostado na cama do meu pai enfartado, ouvindo o radinho. Foi assim que aprendi a gostar de futebol (esportes em geral). Chorei mesmo ao visitar o Museu do Futebol no Pacaembu e escolher: o narrador e o jogo para ouvir, como nos antigos radinhos. Fernando Carlos, Waldir Amaral e Osmar Santos estão nos meus ouvidos até hoje.

    ResponderExcluir
  4. ANTONIO PORTO ... SIM É COMIGO MESMO E UM BRASIL DE AUDIENCIA

    EDSON MAURO : COMUNICANDO PELA RADIO GLOBO A MAIOR AUDENCIA DO BRASIL

    CEZAR RIZZO ... TUDO BEM DE BEM COM A VIDA SACUDINDO ... SACUDINDO O FUTEBOL DO BRASIL IIIIIII QUIIIII GOOOOOOOLLLLLL

    WALDIR AMARAL . DEIXA COMIGO .... VOCE OUVINTE É A NOSSA META É PENSANDO EM VC QUE PROCURAMOS FAZER O MELHOR .O RELOGIO MARCA. QUANTAS SAUDADES

    JORGE CURY : ANOTEM TEMPO E PLACAR NO MARACA. GOLAÇO AÇO AÇO

    LUIS PENIDO ... BOTA O PE NA FORMA BICHO

    LUIS CARLOS SILVA : DE PEITO ABERTO FAZENDO A CABEÇA DA GALERA

    DOS PAMPAS AOS SERINGAIS ... SERGIO MORAES

    O LOCUTOR PIANINHO ... PLIM AIRTON REBELLO

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. vc lembrar de um locutor que falava meu cronometro,e assim ora.ora.ora pra fora se caso o senhor conhecer alguem que colecione gravaçãos destes locutores que fizeram historia no radio me avisa por favor obrigado Deus te abençoe

      Excluir
  5. quem sem lebrar mauricio meneses luiz carlos silva antonio porto alberto rodrigues jose cunha cesar rizzo

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Carioca 2023 -

Fla quebra rotina

Apenas um comentário