OLAF, UM ALEMÃO AMANTE DO BOM FUTEBOL

O telefone toca por volta das cinco da manhã e o recado na caixa postal é claro: “Preciso falar contigo, entre no MSN agora, estou disponível neste momento.” Era meu velho amigo Mark Olaf, um alemão com quem dividi a sala de recepção do Hotel Regente, na Av. Atlântica, no início dos anos 70.

Olaf reside na África do Sul há alguns anos, é gerente de uma mineradora em Kimberley, na região mais rica do país, e como todo alemão, apaixonado por futebol. Atendi o seu apelo e, ainda sonolento, fui conversar com o velho amigo, que, aliás, abriu as portas de sua mansão para minha primeira copa, coisa que infelizmente não aconteceu.

- Amigo Dutra, isto aqui está um porre, como a gente dizia naquela época do Regente, estou sentindo falta dos europeus farristas e dos brasileiros bons de samba. Não há festa na rua, só vuvuzelas e um povo estranho, muita gente alegre e poucos entendidos de futebol.

Eu tentei dar respostas, mas a velocidade de Olaf era mais dinâmica e quando pensava em teclar já estava lendo mais um trecho de suas mensagens.

- Fui visitar a seleção alemã e não tive acesso ao hotel ou ao campo de jogo, nem gastando meu alemão de nascença ou tentando um jeitinho brasileiro. Parece que o Dunga fez escola, encontrei com alguns companheiros seus, jornalistas brasileiros, que também reclamavam da ditadura imposta pela comissão técnica comandada pelo Dunga.

- Já reservei ingressos para os jogos da Alemanha e acho que vamos nos classificar, continua Mark Olaf, mas este time francês, que vi hoje, via televisão, contra o Uruguai, vai fazer jogo duro, e ruim, contra a África do Sul. Alias, meu caro Dutra, os bafanas estão com a bola cheia e os “patrícios” estão confiando em uma classificação. O que você acha? Completou o amigo, e, finalmente, me deu uma brecha para falar alguma coisa.

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