UM PAPO DESCABEÇADO PELA MANHÃ

Desci até a Praça São Salvador, agora pela manhã, caminhando tranquilo com o fone no ouvido para ouvir as músicas previamente gravadas em meu celular. Fiz uma passagem pelo Jardim São Benedito, distante quinze minutos de minha casa, a pé claro, para aumentar o tempo da caminhada.

Não sei qual o problema acontecido, mas sumiu o som da música gravada e entrou o som do rádio AM e o que ouvi, durante outros quinze minutos, foi uma imensidão de comerciais e pitacos sobre políticos que não tinha fim. Quanto tempo perdido e quantos assuntos jogados na lata do lixo. Um desperdício de tempo e de saliva para alimentar este papo descabeçado.

Abraço para o meu amigo (aí soltam o nome do pré-candidato a algum cargo político), para depois falar nos descontos que o bazar fulano está oferecendo na garrafa térmica ou na panela de pressão. Santa abobrinha e, juro prá vocês, fiquei ali caminhando e ouvindo tudo isto sem reclamar e sem abaixar o volume do rádio celular. Queria ouvir para saber até aonde iria a paciência do locutor (a) e o papo descabeçado varou a casa dos vinte minutos.

Chegando a Praça São Salvador encontro com alguns amigos, ex-companheiros do tempo do rádio, e toco no assunto. “Foi pouco o que você ouviu, isto vara o dia inteiro e só troca de endereço, ou seja, de número do dial, todas emissoras AM estão assim, sem nexo e descabeçada”, repassa o amigo que ainda milita no meio.

Ao lado, um outro parceiro, de fora do contexto rádio, dá seu pitaco: “As Fms estão entrando no mesmo ritmo, falatório geral, pouca música, muita alusão a políticos e nada de música de bom gosto, quando tocam são aquelas medonhas e terríveis já conhecidas de todos nós”, e com isto eu pedi a conta, passei a régua e voltei caminhando e cantando sem seguir a canção do rádio da cidade
.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Fla quebra rotina

Carioca 2023 -

Eis a minha seleção